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2.3 A SUSTENTABILIDADE E A BORDA URBANA
O debate sobre sustentabilidade está polarizado nos que defendem a relação com os valores
humanos e bem-estar da humanidade e os que colocam o meio ambiente como centro das
discussões.
a)
A SUSTENTABILIDADE NA VISÃO TRADICIONAL - WCED
A sustentabilidade tem sido um assunto em voga nos últimos anos, por vezes com sua conotação
distorcida. A avaliação tem sido realizada sob o enfoque de três pilares o econômico, ambiental e
social. O conceito de desenvolvimento sustentável difundido pelo WCED (
World Commission on
Environment and Development
) a conceituação onde se define que “é o desenvolvimento capaz de
suprir as necessidades da geração atual, sem comprometer a capacidade de atender as
necessidades das futuras gerações de obter seu próprio desenvolvimento”, é essencialmente
antropocêntrico. (BERARDI, 2013)
Segundo o mesmo Autor, a modernização da ecologia como uma ferramenta operacional do
desenvolvimento sustentável e o crescimento econômico como a característica central para o justo
e equilibrado desenvolvimento. O crescimento econômico e a sustentabilidade (escassez
ambiental) nunca serão suficientes para satisfazer as infinitas necessidades individuais, é a maior
falha do relatório do WCED.
A avaliação da sustentabilidade tem por objetivo incorporar princípios de sustentabilidade na
elaboração de uma política, plano ou projeto. O uso de indicadores de sustentabilidade é uma
maneira de monitorar complexos sistemas. Simplifica informações, tornando comunicáveis,
compreensíveis e quantificáveis. (BRASIL, 2008)
Para o desenvolvimento do território, neste contexto as bordas urbanas e os principais propósitos
da implementação de avaliação de sustentabilidade é de se ter coerência entre políticas, programas
e projetos que intervenham no território. O planejamento do desenvolvimento territorial é previsto
na Constituição Federal de 1988, em diferentes escalas. O Plano Plurianual (PPA) instrumento de
planejamento do Governo Federal. A relação entre infraestrutura e logística e desenvolvimento
urbano e regional, onde as cidades como local de riqueza e inovação e de outro a complexidade
dos sistemas de produção e abastecimento na abrangência territorial. (BRASIL, 2008)
b)
AS CINCO DIMENSÕES DA SUSTENTABILIDADE
A sustentabilidade pensada em outra perspectiva é isso que se propõem o autor Seghezzo (2009)
onde indica a existência de cinco dimensões da sustentabilidade, sendo o lugar com as dimensões
do espaço X, Y e Z; a permanência que significa a dimensão do tempo e as pessoas como a
dimensão humana. A proposição é interessante, pois retira o foco demasiado da sustentabilidade
nas questões econômicas, ambientais e sociais.
A dimensão - o lugar: O lugar com aspectos físicos e culturais onde vivemos e interagimos, deve
ser adequadamente representado no paradigma da sustentabilidade. É responsável por parte da
geração de cultura por prover o senso de pertencimento e identidade. A definição de
desenvolvimento deveria levar em conta modelo da base natural do lugar, cultura e política. O lugar
é muito mais que um espaço geográfico vazio, são fontes de fatos, identidades e comportamentos.
O lugar contribui para que as pessoas construam um senso de pertencimento a uma dada cultura.
O conhecimento das condições locais, restrições e oportunidades são necessárias para idealizar
melhores políticas sustentáveis.
A dimensão – permanência: tem sido negligenciada apesar do reconhecimento de sua importância,
efeitos e ações. Tem a ver com intertemporalidade das relações morais e é o principal domínio do