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mesmo projeto foi utilizado por Pedroso (2015) para o levantamento da energia incorporada de

sistemas de parede de concreto e outros sistemas de vedação vertical (SVV).

Como local para o estudo, escolheu-se a cidade de Brasília, localizada no Distrito Federal, para

subsidiar o levantamento de distâncias de transporte nas fases de pré-uso e pós-uso, e de

fornecer parâmetros a respeito das condições climáticas para as simulações da fase de uso. O

local hipotético de construção da habitação é o bloco SG-12, na Universidade de Brasília.

Conforme a ABNT NBR 15220-3 (2005), Brasília está inserida na zona bioclimática 4 (ZB4). Para

atender aos requisitos de desempenho térmico constantes na norma ABNT NBR 15575-4 (2013),

para a zona bioclimática em questão, os SVV devem apresentar transmitância térmica (U) menor

ou igual 3,7 W/m².K e capacidade térmica (CT) superior a 130 kJ/m².K, considerando que a

superfície apresente cores claras ou médias (com absortância inferior a 0,6). Para o sistema de

paredes de concreto (PC), foi fixada uma espessura de 17,5 cm devido aos requisitos de

desempenho térmico, apesar da recorrência no uso de paredes com 10 cm na região de Brasília.

No sistema de vedação convencional (VC), foi adotada uma espessura final com revestimento de

15 cm. Os dados referentes a U e CT dos sistemas são apresentados na Tabela 1.

Tabela 1.

Transmitância térmica (U) e capacidade térmica (CT) dos sistemas VC e PC

Sistema

Espessura

U

(

W/m².K)

CT

(

kJ/m².K)

PC

17,5

3,7

420

VC

15

2,38

158

Assim, o sistema PC terá 17,5 cm de espessura contendo concreto e dupla camada de tela

soldada, visto que conforme a ABNT NBR 16055 (2012), paredes com espessura superior a 15

cm devem ser construídas com duas telas. O sistema VC terá 15 cm de espessura, com blocos

cerâmicos de 8 furos com 9 cm de espessura, duas camadas de argamassa de reboco de

cimento, cal e areia de 2,5 cm, e duas camadas de massa regularizadora de 0,5 cm, a fim de que

os dois sistemas apresentem superfície acabada.

Foram consideradas as fases de pré-uso, uso e pós-uso, conforme exemplificado na Figura 2. Nas

fases de pré-uso e de pós-uso, foi realizada uma análise híbrida com dados secundários. De

Saade (2014) obteve índices de ECO

2

e ECO

2-eq

, entre outras categorias de impacto, para

diversos materiais empregados na construção civil, e será a principal fonte de dados para esse

trabalho.

Um método de conversão deve ser escolhido para transformar os dados de entrada (quantidade

de cada produto) em dados de quantidade de CO

2-eq

, por exemplo. Nesse estudo foi usado um

método de análise híbrida, que permite avaliar toda a cadeia de um produto. Os coeficientes

híbridos são multiplicados pelos quantitativos finais dos materiais empregados na construção,

incluindo as perdas, para serem obtidos os valores de energia incorporada total, CO

2-eq

ou outra

categoria de impacto

(CHAU

et al

., 2015).

Somente os itens que diferem entre os sistemas VC e PC foram quantificados. Os itens comuns

aos dois sistemas construtivos foram desconsiderados, tais como fundação, cobertura,

revestimentos cerâmicos, pintura, esquadrias, uso de equipamentos (como computadores e

chuveiros) e cocção. Não foi considerada a fase de execução.