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(PAULSEN; SPOSTO, 2012), e a Avaliação do Ciclo de Vida de Emissões de CO
2
(ACVCO
2
),
como um meio para quantificar o impacto total decorrente das emissões de CO
2
. Na ACVCO
2
são
consideradas as principais saídas de emissões de carbono de um material, componente, sistema
ou edificação ao longo de diferentes fases do seu ciclo de vida (ATMACA et al. 2015).
Já existem estudos referentes à energia incorporada de habitações, porém o assunto ainda não
está totalmente consolidado, havendo a necessidade de desenvolver mais pesquisas nesta área,
com foco em HIS, uso de energia e emissões em todas as fases do ciclo de vida. Em relação às
emissões de gases de efeito estufa (GEE), são poucos os trabalhos que avaliam esse impacto ao
longo do ciclo de vida, já que existem muitas dificuldades devido a grande quantidade de variáveis
e a deficiência em dados de inventário nacionais. Considerando a necessidade de investimentos
para o PMCMV, e a possível contribuição de emissões de CO
2
na sua produção, carbono, é
importante analisar o impacto ambiental a fim de se obter uma visão acerca do desempenho
ambiental que leve a disponibilização de informações para uma melhoria nas tomadas de decisão,
no que tange ao planejamento estratégico e escolha de sistemas construtivos e materiais.
2. OBJETIVO
Este trabalho tem como objetivo a avaliação do ciclo de vida de emissão de CO
2
(ACVCO
2
) da
vedação com função estrutural de concreto armado (paredes de concreto) moldado
in loco
desde
o berço até o túmulo, para a cidade de Brasília - DF, comparando três tipos de fôrmas: de
alumínio, plástica e metálica com compensado plastificado, levando em consideração o fator
reutilização. Além disso, será feita uma comparação com o sistema de vedação convencional de
blocos cerâmicos.
Como objetivos específicos têm-se: (a) verificar as emissões provenientes de cada fase do ciclo
de vida; (b) identificar qual tipo de fôrma é mais viável do ponto de vista das emissões; (c) verificar
as diferenças de impacto em cada um dos sistemas escolhidos.
3. EMISSÕES DE GASES DE EFEITO ESTUFA (GEE) E ACVCO
2
Em 2016, foi realizada a 22ª Conferência das Partes sobre Mudança do Clima (COP-22), cujo foco
foi a definição dos meios e regras para a implementação das obrigações assumidas com o Acordo
de Paris na COP-21 (SARNEY FILHO; MARCONDES, 2016). A COP-21, realizada em 2015 foi
um marco mundial acerca de discussões sobre redução das emissões de carbono pelos países e
contenção do processo de aquecimento global.
Em 2009, com a publicação da Lei nº 12.187, que institui a Política Nacional sobre Mudança do
Clima, o Brasil adotou como compromisso nacional voluntário, realizar ações de mitigação das
emissões de gases de efeito estufa, a fim de reduzir entre 36,1% e 38,9% as emissões projetadas
até 2020. Todos os setores devem contribuir com essas ações, inclusive a indústria da construção
civil. Dessa forma, o aspecto de sustentabilidade tem tido cada vez mais importância na
elaboração de projetos e escolha de materiais e técnicas construtivas.
Nesse contexto, uma importante ferramenta que permite avaliar as emissões de CO
2
ao longo de
todo o ciclo de vida de uma edificação, é a ACVCO
2
. De acordo com Chau
et al
. (2015), os
estudos sobre emissões de CO
2
são mais recentes, quando comparados com os estudos de
ACVE. Por essa razão, não há uma padronização acerca das nomenclaturas de cada etapa das
fases do ciclo de vida, e a falta de detalhamento sobre o que de fato é avaliado em cada avaliação
dificulta o desenvolvimento de estudos sobre o tema. Na Figura 1 apresenta-se um exemplo de
fases e etapas do ciclo de vida energético proposto por Tavares (2006). As etapas adotadas
nesse trabalho estão descritas no item 5 “Método de Pesquisa”.