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do ano, e corrobora os estudos de Hansen, Edmonds e Bell (2009), em que baixas altitudes solares
implicam menor eficiência de dutos de luz.
Cabe ainda destacar que a luz transmitida pelo duto fica localizada na superfície logo abaixo deste,
caracterizando uma área bastante restrita possível de ser iluminada, o que também pode
apresentar-se como uma limitação da tecnologia. Entretanto, há estratégias (como uso de
elementos que redirecionam e difundem a luz) disponíveis para refletir essa luz e conduzi-la
horizontalmente no ambiente subterrâneo, distribuindo-a aos ambientes mais afastados do núcleo
iluminado (HANSEN, 2006; HANSEN EDMONDS, 2015). A utilização de espelhos e de materiais
reflexivos em forros também são algumas das alternativas para enfrentar esse obstáculo, conforme
pode ser visto no laboratório da Low Line, em Nova Iorque, EUA (THE LOW LINE, 2016).
Como citado no início deste artigo, o objetivo do experimento foi verificar o desempenho de
determinado duto de luz reflexivo internamente, aliado ao uso de heliostato no contexto da cidade
de Porto Alegre. Os dados coletados apontam que o uso dessa tecnologia oferece grande potencial
para aplicação em espaços afastados da superfície na cidade, porém quando em condições de céu
limpo. Diante desse contexto, a estratégia utilizada forneceu índices de iluminância suficientes para
iluminar naturalmente um ambiente que poderia estar localizado em área subterrânea, por exemplo.
As quantidades de luz captadas indicam a possibilidade de utilização de vegetação nesses
ambientes, o que deve ser aprofundado em pesquisas futuras a fim de verificar a sua viabilidade ou
novas estratégias para tornar isso realidade no contexto de Porto Alegre. Ainda assim, essa
tecnologia deve ser acompanhada de estratégias que permitam controlar a condução de carga
térmica e de luz excessivas (ofuscamento), que são uma das limitações do sistema. Cabe ressaltar
que este estudo foi realizado próximo do solstício de verão, quando o ângulo do sol atinge maiores
altitudes, e que, ainda assim, a utilização do heliostato é necessária na maior parte do tempo. Diante
disso, conclui-se que a utilização desse elemento deve ser considerada a fim de aumentar a
eficiência desses sistemas ao longo de todo ano, principalmente no inverno, quando a altura solar
é mínima. Para situações de céu encoberto, a eficiência de dutos profundos e estreitos diminui
consideravelmente, podendo ser praticamente nula. O uso de sistema híbrido, no qual a luz elétrica
é acionada para complementar iluminâncias insuficientes, pode ser uma alternativa para essa
limitação.
5. CONCLUSÃO
Pequenos experimentos utilizando modelos em escala reduzida podem ser uma ferramenta rápida
e eficiente para avaliação de desempenho de novas tecnologias de iluminação. Apesar de os
softwares
hoje disponíveis possibilitarem simulações das variadas condições de céu, medições
in
loco
sempre terão mais validade como base para tomada de decisões projetuais. Este estudo será
utilizado como ponto de partida para um experimento maior acerca da utilização de estratégias de
iluminação natural de ambientes profundos na cidade de Porto Alegre para crescimento de
vegetação. É importante que estudos como este sejam desenvolvidos e divulgados, uma vez que
já está comprovada a necessidade de luz natural para manter a saúde e bem-estar dos usuários
dos espaços. Futuros projetos na cidade, como o do metrô ou de novas áreas subterrâneas,
poderão se beneficiar dos resultados obtidos nesta pesquisa.