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devem ser licenciados, e é neste processo que se encontram as atribuições da EMURB com relação

à gestão de RCD, uma vez que a Resolução CONAMA Nº 307/2002 prevê, no parágrafo primeiro

do Artigo 8º, que os projetos de gerenciamento de resíduos elaborados pelos grandes geradores

devem ser apresentados juntamente com o projeto do empreendimento para análise pelo órgão

competente do poder público municipal. Esta prática não é observada em Aracaju, uma vez que a

EMURB não inclui na sua relação de documentação a ser apresentada para licenciamento de

construções e reformas o projeto de gerenciamento de RCD.

Sena et al (2013) em seu trabalho cujo objetivo verificar e compreender como é feita a gestão dos

resíduos gerados no Distrito Federal, observaram com relação à coleta e transporte dos resíduos,

que estes são realizados por meio de caminhões poli guindastes e caçambas, ou ainda por

caminhões basculantes, caminhonetes ou veículos de tração animal. Os serviços de transporte e

deposição final dos resíduos é responsabilidade do Sistema de Limpeza Urbana, assim como das

administrações regionais, em que fica a encargo de cada gerador a destinação dos seus próprios

resíduos gerados. Os autores constataram que não é realizado um controle frente às empresas de

edificações referente aos seus sistemas de trabalho no que tange ao gerenciamento dos RCC. Com

relação à deposição dos resíduos, fora verificada a existência de cerca de 200 pontos de deposição

clandestina no Distrito Federal até o ano 2006. Contudo, outro levantamento realizado em 2008

sobre tais áreas de deposição irregulares, verificou a existência de 537 áreas apresentando a

mesma problemática.

Os autores observam que devido ao grande volume dos resíduos, as grandes empresas terceirizam

o serviço de gerenciamento, em que um grande número de pequenas empresas fica responsável

pelo mesmo. Não obstante, os autores afirmam que frente ao crescente número de construções e

indisciplina da população, é comum encontrar várias áreas onde o resíduo é colocado de forma

inadequada, causando degradação da qualidade de vida da população urbana com enchentes,

poluição visual e proliferação de vetores de doenças. Os autores concluem afirmando que o Distrito

Federal, assim como diversos outros municípios brasileiros, ainda não realiza o gerenciamento dos

resíduos da construção civil de maneira adequada, o que se justifica através de diversos fatores,

como a falta de uma infraestrutura básica.

Azevedo, Kiperstok e Morais (2006) contam que em 2002, Salvador/BA gerava por dia 2.164t de

RCC, ou 655.569t/ano, significando 45,03% do RSU. Em 1997 a prefeitura da cidade cria o Projeto

de Gestão Diferenciada de Entulhos, instaurando os Postos de Descarte de Entulho (PDE), onde o

pequeno gerador pode descartar até 2m

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de material. Para os grandes geradores, existem as

denominadas Bases de Descarte de Entulho (BDE). O projeto teve como meta a implantação de 22

postos e cinco bases, tendo sido projetadas usinas de reciclagem para duas dessas bases. A

implantação da coleta diferenciada de entulho em Salvador teve como resultados segundo Carneiro,

Brum e Cassa (2001):

• redução em 61,66% do número de pontos de disposição clandestinos, passando de 420 em 1996

para 161 em 2000. Em 2002, contudo, foram contabilizados mais de 250 pontos;

• recepção de 99,4t/dia de RCC nos postos em funcionamento;

• aumento da participação de RCC no total dos resíduos coletados com uma média de 2.746t/dia

ou quase 50% do resíduo total coletado em Salvador no ano 2000, embora não abranja a totalidade

de RCC gerado na cidade;