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Apesar de um novo cenário em desenvolvimento na construção civil brasileira, alguns dados

geram preocupação. Segundo o Balanço Energético Nacional, do Ministério de Minas e Energia,

realizado pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE), 58,8% da energia consumida no Brasil é

proveniente de fontes não renováveis. Dentre as atividades que utilizam uma parcela significativa

dessa energia, destacam-se o setor industrial (32,5%) e o de transportes (32,2%), que juntos são

responsáveis por 64,7% de todo o consumo energético do Brasil (BRASIL, 2016). Seis das dez

atividades industriais com maior consumo energético no país estão relacionadas com a indústria

da construção civil por meio de materiais chamados energo-intensivos (tabela 1): cimento, metais

não ferrosos, cerâmica, aço, química e mineração (TAVARES; MONICH, 2010).

Tabela 1.

Consumo energético das indústrias dos materiais energo-intensivos

Indústria

Consumo (10³ toe)

%

Principal fonte

Ferro-gusa e aço

16.524

6,3 Coque de carvão mineral

Química

6.706

2,6 Gás natural

Não ferrosos e outros da metalurgia

5.646

2,2 Eletricidade

Cimento

4.750

1,8 Coque de petróleo

Cerâmica

4.614

1,8 Lenha

Mineração e pelotização

3.346

1,3 Eletricidade

Fonte: Adaptado de Brasil (2016).

Nos últimos anos vem sendo desenvolvidos estudos sobre o impacto dos materiais no meio

ambiente, a exemplo da metodologia que adota a energia embutida como unidade de análise.

Ampliando essa discussão, Tavares e Lamberts (2006), analisando a energia embutida e os

impactos ambientais causados em uma edificação residencial brasileira, revelam que boa parcela

do gasto energético provém dos revestimentos de piso (tabela 2), justificando esta pesquisa.

Tabela 2.

Energia embutida por partes da edificação

Fonte: Tavares; Lamberts (2006, p. 3859).

Diante deste contexto, destaca-se a carência de mecanismos que possam auxiliar o projetista na

seleção de materiais sustentáveis. Boa parte das ferramentas de avaliação existentes são

adaptáveis à região para a qual foi desenvolvida, pois levam em consideração fatores como clima,