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ao produto, a classificação quanto a sustentabilidade é inferior à das rochas, pois além de não
serem de fontes renováveis, passam por vários processos industriais para alcançar a qualidade
final.
Em relação ao critério 3 (Dispensa materiais adicionais para acabamento), as rochas ornamentais
atingem um nível médio, pois necessitam de resinas epoxídicas, devido à sensibilidade a alguns
elementos químicos, cujas consequências vão de manchas à possíveis reações que podem
danificar o material.
No critério 4 (Possui elementos reciclados), ambos os materiais não possuem elementos
reciclados. O desempenho dos mesmos podem ser melhorados, por exemplo com a adição de
chamote, no caso das cerâmicas ou de resíduos de mármore e granito no caso da produção de
pedras industrializadas.
Para o critério 5 (A durabilidade independe de manutenção e ocasiona baixo impacto
)
, as rochas
ornamentais podem alcançar um melhor nível se aplicadas resinas na superfície externa,
ampliando a vida útil do material e reduzindo as ações de manutenção. Em relação ao critério 6
(Favorece a desmontagem visando o reaproveitamento), ambos os materiais podem melhorar seu
desempenho utilizando técnicas específicas, conforme exemplo já citadas no critério 1. Observa-
se que a adoção dessas técnicas também favorece o critério 6 (Favorece a baixa geração de
resíduos), considerando que, no Brasil, a remoção desse tipo de material em obras é
normalmente realizada de forma a não favorecer o seu reuso.
Para o critério 8 (Utiliza o mínimo possível de água), algumas empresas de revestimento cerâmico
já conseguem reaproveitar, em grande parte, a água utilizada no processo de fabricação. O
mesmo ocorre com as de rochas ornamentais, em que no procedimento de corte dos blocos, a
água já contaminada pela granalha – material particulado que auxilia o corte –, é passível de
reutilização se tratada, sendo exequível também a reutilização da água consumida no processo de
polimento das placas melhorando assim o seu nível de sustentabilidade.
No critério 9 (A procedência do material está próximo à obra), os materiais pontuaram
positivamente, pois como a cerâmica considerada neste estudo é proveniente do Município de
Serra, e as rochas de Cachoeiro de Itapemirim, ambos possuem procedência a menos de 300km
da capital Vitória.
No critério 10 (Utiliza o mínimo possível de energia para produção), foi utilizada como base a
tabela de energia embutida para materiais de construção brasileiros desenvolvida por Tavares e
Graf (2010), na qual foram atribuídos pesos em que o revestimento cerâmico alcança um nível
médio e as rochas ornamentais nível baixo de consumo.
Por fim, no critério 11 (Regularidade das empresas junto ao Governo Federal) as empresas
hipoteticamente consultadas possuem os parâmetros exigidos.
5. CONCLUSÃO
Os resultados obtidos na análise do índice de sustentabilidade dos materiais realizado através da
ferramenta ISMAS mostram que, apesar do índice obtido ser médio para a cerâmica e alto para as
rochas, os mesmos, apesar da pequena diferença, possuem características semelhantes que, se
aplicados com técnicas adequadas, alcançarão resultados mais promissores em relação a
sustentabilidade. Portanto, destaca-se aqui tanto a importância no uso de ferramentas auxiliares
no processo de escolha dos materiais como nos diferentes desempenhos de um mesmo material
de acordo com a técnica utilizada.