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de reservatórios para estas águas. A continuidade desta pesquisa poderá avaliar a capacidade de

reservação das águas pluviais e as necessidades diárias do paisagismo produtivo.

A qualidade do solo é outro fator determinante para a produção de alimentos. No cerrado, o solo

não é rico em nutrientes. (EMBRAPA, 2008). Contudo a compostagem de resíduos sólidos

orgânicos pode mitigar este problema. Esta estratégia de sustentabilidade pode contribuir para

qualidade do solo, assim como já minimiza a geração de resíduos domésticos. Novos estudos

devem ser conduzidos, com a finalidade de identificar as possibilidades para a geração de terra

orgânica, através da compostagem dos resíduos orgânicos domésticos.

De acordo com estudos Rocha (2011) observou-se que na maior parte dos canteiros destinados a

vegetação, nas áreas das superquadras de Brasília, as folhas e galhos secos que caem no solo são

removidos e descartados, gerando uma falsa ideia de manutenção, pois estes elementos são fontes

potenciais de reposição de nutrientes para o solo. Este processo é usual em todas as áreas

ajardinadas do Brasil. Como este fator é cultural, pode ser modificado a partir de estratégias de

educação sócio ambiental.

Todos os seres merecem o acesso à luz solar, ao ar limpo, a água e ao solo, tanto dentro das

habitações, como nas comunidades. (INTERNATIONAL LIVING FUTURE INSTITUTE, 2016). A

partir da análise dos dados da superquadra 308 se pode perceber que o projeto moderno, pensado

para garantir insolação adequada, grandes áreas de permeabilidade e vegetação no pavimento

térreo, tem grande potencial para a inserção do paisagismo produtivo. Há uma oportunidade de

transformação destes espaços abertos, considerados monofuncionais, em espaços multifuncionais.

Tendo em vista de que a agricultura urbana pode agregar várias atividades para o convívio

comunitário, uma diversidade de espécies produtivas para alimentação humana, também atrativas

para a fauna, além dos benefícios ambientais já citados. Estes espaços abertos podem ser locais

de educação na ação e promover redes de trocas solidárias.

5. CONCLUSÃO

A distribuição dos edifícios na superquadra segue uma lógica geométrica que rege a espacialidade

de todos os espaços, priorizando um gabarito de no máximo 6 pavimentos e grandes espaços

abertos destinados a vegetação no térreo. Sendo que o pavimento térreo apresenta 54.284,15m²

de área passível a permeabilidade do solo. Toda esta área poderia ser destinada ao paisagismo

produtivo, pois as distâncias entre os blocos edificados e as alturas de cada edifício, propicia acesso

a radiação solar em praticamente todas as áreas permeáveis da superquadra, sendo necessário

avaliar outros requisitos.

Os principais desafios analisados, de acordo com o escopo deste trabalho, para a produção de

alimentos na superquadra de Brasília, correspondem a qualidade do solo, a quantidade e a

distribuição pluviométrica anual. Estes fatores podem ser mitigados com a implantação de outras

estratégias de sustentabilidade ambiental no local, como aproveitamento das águas pluviais e

sistemas de compostagem de resíduos sólidos domésticos.

Apesar de muito criticada sob o viés da vivacidade urbana e da mobilidade e acessibilidade, a

superquadra de Brasília tem grandes áreas no térreo destinadas a vegetação, as quais apresentam

características fundamentais para a sustentabilidade e resiliência das cidades, tendo em vista de

que a vegetação pode contribuir para a qualidade ambiental local, assim como pode integrar outras

atividades humanas. O grande espaço aberto da superquadra é bastante flexível, sendo possível

contemplar a interação entre diversas funções de suporte a agricultura urbana, como feiras de

produtos, eventos de alimentação e de caráter pedagógico.

Este trabalho apresentou os principais benefícios, desafios e fatores ambientais que podem

influenciar o potencial da agricultura urbana, e analisou a pertinência da forma urbana da