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poluidor–pagador, que dita a necessidade de as atividades potencialmente causadoras da

degradação do meio ambiente internalizarem todos os custos ambientais decorrentes de seu

funcionamento (MOREIRA, 2015). Através da identificação dos aspectos e impactos ambientais

das atividades desenvolvidas ao longo do ciclo de vida dos edifícios podem ser verificadas várias

oportunidades de influências positivas dos projetos arquitetônicos (DEGANI e CARDOSO, 2002).

Blengini (2009) exemplifica este conceito ao citar que “a seleção dos materiais, a concepção dos

elementos e a escolha das técnicas de construção podem reduzir significativamente os encargos

ambientais que podem ser atribuídos à eles (...)”.Bueno, Fabrício e Rossignolo (2011) citam ainda

que dentre as estratégias e técnicas utilizadas no Desenvolvimento de Produtos Ambientalmente

Sustentáveis, como o DfE (Design for Enviroment, EEA- Enviromental Effect Analysis) e QFDE

(Quality Function Deployment for Environment), a ACV destacou-se emergindo como um método

reconhecido, sendo a base para a criação de diversas ferramentas de avaliação, considerada por

sua excelência para análise e escolha de alternativas.

4.3. Estudos de Caso

Complementarmente a pesquisa, foram utilizados seis trabalhos publicados em 2016 na aplicação

da ACV como metodologia para escolha de produtos e sistemas construtivos da construção civil.

Dados gerais como objeto, abordagem de ACV, fronteiras do sistema, metodologia, softwares

utilizados e inventário dos dados são apresentados na tabela 2.

A. Formas para sistemas de paredes de concreto (ACVE)

– Valle et al (2016) compararam três

tipos de formas utilizadas em sistemas de paredes de concreto armado (alumínio reciclado

extrudado, forma plástica, compensado plastificado), com a abordagem da ACVE (Avaliação do

Ciclo de Vida Energético), na fase pré-operacional, sendo a avaliação realizada baseada no

cálculo da EIT (Energia Incorporada Total) associada aos custos e possibilidade de reutilização

das formas. Para o cálculo da EIF (Energia Incorporada de Fabricação) foram levantadas e

consideradas estritamente o consumo de materiais e fatores energéticos das formas utilizadas. Já

para o cálculo da EIT (Energia Incorporada de Transporte), considerou-se dados como a utilização

de caminhões a diesel, a distância das fábricas ao canteiro fictício da habitação objeto da

pesquisa, além de dados da literatura que indicavam o consumo de combustível. Como

metodologia, foi realizada pesquisa bibliográfica, associada a escolha de projeto arquitetônico

(habitação hipotética nos moldes padronizados da Caixa Econômica Federal), especificação do

sistema de paredes de concreto e cálculo da energia incorporada total, além dos custos de cada

opção, além da especificação da espessura mínima baseada na ABNT NBR 15575-4:2013.

Concluiu-se então que a forma de compensado foi a que apresentou o menor valor de energia

incorporada, seguida pela de alumínio e a de plástico. Quando considerado o fator de

reutilizações e custos, a forma de alumínio mostrou-se mais adequada.

B. Telha termoacústica de poliestireno expandido X Telha cerâmica Plan (ACVE)

- Caldeira,

Sposto, Caldas (2016) avaliaram em sua pesquisa a Energia Incorporada Total (EIT) de uma

edificação habitacional unifamiliar em quatro cenários: uso de telhas termoacústicas de

Poliestireno Expandido ou telhas cerâmicas Plan, ambas com ou sem laje de concreto. Como

metodologia, foi realizada a escolha do modelo arquitetônico (atendendo as especificações

mínimas definidas pelo Programa Minha Casa, Minha Vida), sistemas de cobertura (tipos de

telhas, com ou sem laje) e cálculo das energias incorporadas em cada fase escolhida para o

estudo (pré-operação, uso e manutenção). O processo produtivo das telhas utilizadas nos

cenários, em função dos processos de fabricação (forno à lenha x indústrias) são fatores de

grande influência. A telha cerâmica, fabricada em fornos à lenha, contribui menos na EII (Energia

Incorporada Inicial). Constatou-se também que os cenários com laje de concreto apresentaram

maior EII (Energia Incorporada Inicial) em função do volume e alta densidade e que o consumo