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que citam o crescimento considerável de trabalhos publicados, tanto nacionais quanto

internacionais, utilizando a ACV como método para medir o desempenho ambiental.

Interesse dos profissionais do setor

– No documento “Aspectos da Construção Sustentável

no Brasil e Promoção de Políticas Públicas” profissionais do setor da construção civil, ao

serem entrevistados, citaram que para a área de materiais há a necessidade de criar um

banco de dados público de Análise do Ciclo de Vida (ACV) (38%) com dados de produtos e

fabricantes nacionais, além de sugerir “que se criem bancos de dados públicos de livre

acesso, com parâmetros ambientais como vida útil, conforto térmico, consumo energético,

emissão de CO2, dentre outros aspectos” (CBCS, 2014).

Mobilização de Órgãos dos Setor

- No Brasil, o IBICT (O Instituto Brasileiro de Informação

em Ciência e Tecnologia) tem como objetivo implantar no país um sistema reconhecido em

âmbito internacional, capaz de organizar, armazenar e disseminar informações padronizadas

sobre inventários do Ciclo de Vida da produção industrial brasileira (IBICT, 2016). Eventos,

cursos e novas publicações buscam disseminar o uso da ACV, disponibilizando o acesso a

bibliotecas com trabalhos que vem sendo desenvolvidos e publicados em todo o Brasil. Outra

questão é a participação no GLAD (Global LCA Data Acess), rede global entre países que

visa permitir a interoperabilidade de estudos de Inventário do Ciclo e Vida, composta por

especialistas representantes do meio acadêmico, desenvolvedores de software e proprietários

de bancos em ACV (IBICT, 2017).

Embora permita avaliar objetivamente o desempenho ambiental dos produtos, contribuindo para

melhores tomadas de decisão na construção civil (SILVA et al, 2016), e ainda seja considerada

“uma ferramenta adequada e valiosa”, devendo “ser parte do processo de tomada de decisão para

a sustentabilidade” (ZOCCHE, 2014), alguns limites são frequentemente mencionados, como:

escassez de especialistas em ACV na construção civil (EVANGELISTA; TORRES, GONÇALVES,

2016); a complexidade na aplicação em edifícios (múltiplas funções, sofrerem mudanças, muitos

componentes) (BRIBRIÁN; USÓN; SCARPELLINI, 2009); adaptação a informações de bancos de

dados (SILVA et al., 2016); utilização de legislações de outros países (FREITAS; SCHMID;

SILVA,2016); concentração de estudos na Europa: dos 33 analisados, entorno de 55% são

europeus (com maior incidência em países como Espanha e Suécia); 24% nas Américas (Canadá,

Estados Unidos e Argentina) e 21% na Ásia (China, Japão, Indonésia e Israel) (EVANGELISTA;

TORRES, GONÇALVES, 2016). Outros desafios também são apontados:

Foco em categorias (energético, CO2, ACV-m)

- Grande parte dos trabalhos, em função da

complexidade na busca por dados, mantém seu foco em indicadores que mais impactam na

construção civil, como o consumo energético e a emissão de gases do efeito estufa,

categorias que impactam a nível global (EVANGELISTA; TORRES, GONÇALVES, 2016).

Transparência dos dados

e incerteza das análises

– A indicação de quais métodos,

softwares, indicadores, banco de dados, premissas, critérios de corte, adaptações devem ser

disponibilizados, possibilitando a reprodução e verificação por outros pesquisadores (SILVA et

al, 2016), assim como a falta de dimensões espaciais e temporais dos dados inventariados

usados na avaliação dos impactos podem gerar incertezas nas análises. (ZOCCHE, 2014).

Multiplicidade nas diferentes abordagens

- Em função dos limites do sistema e as

unidades funcionais serem estabelecidas em cada estudo, não há uma unicidade,

alinhamento ou padronização dos critérios dos trabalhos, possibilitando variedade de

parâmetros, que vão desde a vida útil entre 25 a 100 anos, fronteiras do sistema diversos

(“berço ao portão”, “portão ao portão”). Não foram identificados avanços significativos na