Table of Contents Table of Contents
Previous Page  280 / 2158 Next Page
Information
Show Menu
Previous Page 280 / 2158 Next Page
Page Background

280

América Latina em movimentos de alinhamento metodológico, geração de padrões e de

disseminação da ferramenta (EVANGELISTA; TORRES; GONÇALVES, 2016),

Interoperabilidade entre softwares

- Com a crescente utilização da plataforma BIM

(Building Information Modeling) no desenvolvimento de projetos e na construção civil, a

interoperabilidade, capacidade de troca de dados entre diferentes aplicativos e softwares,

facilita os processos de automação e fluxo de trabalho. A interoperabilidade é um conceito

fundamental para o uso da plataforma BIM, pois os arquivos necessitam transitar em

diferentes aplicativos e softwares, sem perder qualquer tipo de informação (CAMPOS, 2014).

Porém, nem todos os softwares de ACV são compatíveis com os programas utilizados na

área de projeto de arquitetura, podendo gerar a perda de informações na transferência de

dados (EVANGELISTA; TORRES; GONÇALVES, 2016). No mercado algumas ações

começam a ser realizadas, como o OPEN BIM™, abordagem universal para o projeto

colaborativo, baseada em padrões abertos para facilitar o intercâmbio de informações entre

softwares utilizados na indústria da construção, como a elaboração de um banco de dados

com softwares compatíveis com o IFC (

Industry Foundation Class

), um modelo de dados de

tradução, em formato “não proprietário”, disponível livremente para a definição de objetos

(BUILDINGSMART®, 2017). No Brasil duas situações relevantes são destacadas: A

implantação das políticas governamentais voltadas a sustentabilidade, como a exigência de

compras sustentáveis e a instituição do Programa Brasileiro da Avaliação do Ciclo de Vida

(PBACV) e a tendência a obrigatoriedade da utilização do BIM nos projetos ainda nas etapas

licitatórias. Espera-se então que tais ações corroborem nos próximos anos para a utilização

do BIM associado a ACV, facilitando a análise ambiental e o desenvolvimento de projetos de

edificações sustentáveis (CALDAS et al., 2015).

5.CONCLUSÃO

A pesquisa realizada através de revisão bibliográfica de textos, artigos acadêmicos e análise de

trabalhos com aplicações práticas permitiu identificar os benefícios e limitações da utilização da

ACV na construção civil e arquitetura. No Brasil, benefícios como a validação como método de

avaliação e de critérios quantitativos para a tomada de decisão foram reiteradas e novos proveitos

foram observados, como o crescente interesse na aplicação e uso da ACV por parte dos

profissionais de construção civil, assim como a participação ativa de órgãos do governo (IBICT) na

divulgação e disseminação do conhecimento, através de eventos, palestras e publicações.

Embora limites e desafios ainda sejam encontrados (multiplicidade de abordagens, baixa

cooperação dos fornecedores, dificultando a elaboração de bancos de dados nacionais, levando

pesquisadores a adaptarem suas informações aos bancos já existentes de outros países, gerando

a probabilidade de incertezas e até transparência dos dados utilizados), foi possível verificar que a

ACV possui grande potencial como ferramenta de decisão projetual. A análise dos estudos de

caso possibilitou verificar os resultados da utilização da ACV, com exemplos de aplicação de

forma comparativa, confrontando os resultados de desempenho de componentes, como telhas e

paredes de vedação, o que possibilita a tomada de decisão do profissional envolvido na

especificação técnica. Outro fator favorável é a associação a outras ferramentas de avaliação,

como a verificação dos custos e do desempenho térmico demonstrou a flexibilidade da ACV,

proporcionando estudos mais amplos. Novos desafios também foram identificados, destacando-se

a falta de interoperabilidade entre softwares, que já possui perspectivas de solução no mercado,

como a implantação do IFC e adesão de diversas empresas de softwares, utilizando um modelo

de dados abertos que permite o intercâmbio de informações sem perda de dados), bem como

iniciativas do IBICT, que atualmente desenvolve um banco de dados global (Global LCA Data