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América Latina em movimentos de alinhamento metodológico, geração de padrões e de
disseminação da ferramenta (EVANGELISTA; TORRES; GONÇALVES, 2016),
•
Interoperabilidade entre softwares
- Com a crescente utilização da plataforma BIM
(Building Information Modeling) no desenvolvimento de projetos e na construção civil, a
interoperabilidade, capacidade de troca de dados entre diferentes aplicativos e softwares,
facilita os processos de automação e fluxo de trabalho. A interoperabilidade é um conceito
fundamental para o uso da plataforma BIM, pois os arquivos necessitam transitar em
diferentes aplicativos e softwares, sem perder qualquer tipo de informação (CAMPOS, 2014).
Porém, nem todos os softwares de ACV são compatíveis com os programas utilizados na
área de projeto de arquitetura, podendo gerar a perda de informações na transferência de
dados (EVANGELISTA; TORRES; GONÇALVES, 2016). No mercado algumas ações
começam a ser realizadas, como o OPEN BIM™, abordagem universal para o projeto
colaborativo, baseada em padrões abertos para facilitar o intercâmbio de informações entre
softwares utilizados na indústria da construção, como a elaboração de um banco de dados
com softwares compatíveis com o IFC (
Industry Foundation Class
), um modelo de dados de
tradução, em formato “não proprietário”, disponível livremente para a definição de objetos
(BUILDINGSMART®, 2017). No Brasil duas situações relevantes são destacadas: A
implantação das políticas governamentais voltadas a sustentabilidade, como a exigência de
compras sustentáveis e a instituição do Programa Brasileiro da Avaliação do Ciclo de Vida
(PBACV) e a tendência a obrigatoriedade da utilização do BIM nos projetos ainda nas etapas
licitatórias. Espera-se então que tais ações corroborem nos próximos anos para a utilização
do BIM associado a ACV, facilitando a análise ambiental e o desenvolvimento de projetos de
edificações sustentáveis (CALDAS et al., 2015).
5.CONCLUSÃO
A pesquisa realizada através de revisão bibliográfica de textos, artigos acadêmicos e análise de
trabalhos com aplicações práticas permitiu identificar os benefícios e limitações da utilização da
ACV na construção civil e arquitetura. No Brasil, benefícios como a validação como método de
avaliação e de critérios quantitativos para a tomada de decisão foram reiteradas e novos proveitos
foram observados, como o crescente interesse na aplicação e uso da ACV por parte dos
profissionais de construção civil, assim como a participação ativa de órgãos do governo (IBICT) na
divulgação e disseminação do conhecimento, através de eventos, palestras e publicações.
Embora limites e desafios ainda sejam encontrados (multiplicidade de abordagens, baixa
cooperação dos fornecedores, dificultando a elaboração de bancos de dados nacionais, levando
pesquisadores a adaptarem suas informações aos bancos já existentes de outros países, gerando
a probabilidade de incertezas e até transparência dos dados utilizados), foi possível verificar que a
ACV possui grande potencial como ferramenta de decisão projetual. A análise dos estudos de
caso possibilitou verificar os resultados da utilização da ACV, com exemplos de aplicação de
forma comparativa, confrontando os resultados de desempenho de componentes, como telhas e
paredes de vedação, o que possibilita a tomada de decisão do profissional envolvido na
especificação técnica. Outro fator favorável é a associação a outras ferramentas de avaliação,
como a verificação dos custos e do desempenho térmico demonstrou a flexibilidade da ACV,
proporcionando estudos mais amplos. Novos desafios também foram identificados, destacando-se
a falta de interoperabilidade entre softwares, que já possui perspectivas de solução no mercado,
como a implantação do IFC e adesão de diversas empresas de softwares, utilizando um modelo
de dados abertos que permite o intercâmbio de informações sem perda de dados), bem como
iniciativas do IBICT, que atualmente desenvolve um banco de dados global (Global LCA Data