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A Avaliação do Ciclo de Vida teve seu início, de modo embrionário, durante a primeira crise do

petróleo, tratando da questão energética, onde vários aspectos ligados à questão ambiental foram

considerados em alguns estudos, incluindo estimativas de emissões sólidas, gasosas ou líquidas.

Os primeiros estudos de ACV tiveram como foco o desenvolvimento de embalagens de produtos,

sendo a Coca-Cola um dos exemplos mais conhecido. No Brasil, a primeira atividade formal

envolvendo ACV ocorreu em 1994, com a criação do Grupo de Apoio à Normalização (GANA),

com o objetivo de viabilizar a participação do Brasil em normas ambientais. (CHEHEBE, 1998).

Em 2002 é fundada a Associação Brasileira do Ciclo de Vida (ABCV) com a missão de reunir as

partes interessadas na ACV (órgãos, entidades e empresas), a fim de “discutir e coordenar

atividades de construção do banco de dados brasileiro, da formação de recursos humanos e da

manutenção dos vínculos internacionais envolvidos” (ZOCCHE, 2014).

Atualmente a ACV é normatizada pela NBR ISO 14040:2009 (Gestão Ambiental – Avaliação do

Ciclo de Vida – Princípios e Estrutura) e 14044:2009 (Gestão Ambiental – Avaliação do Ciclo de

Vida – Requisitos e Orientações.)

e sua metodologia é dividida em 4 etapas para atendimentos

dos requisitos gerais, sendo um processo iterativo, com sucessivas análises críticas e revisões: 1.

Definição do Objetivo e Escopo, onde são especificadas as aplicações, o público-alvo, intenções,

publicação, etc; 2. Inventário e Avaliação do Ciclo de Vida, parte geralmente mais extensa do

estudo, onde é a realizada a coleta de todos os dados e procedimentos que serão utilizados,

fronteiras do sistema e unidades funcionais; 3. Avaliação dos Impactos, que consiste em estudar a

magnitude e relevância dos resultados obtidos na análise dos dados coletados, onde são

associados as categorias e indicadores; 4. Interpretação dos dados, onde são concluídas as

análises do inventário e avaliações dos impactos de acordo com os objetivos e escopo definidos

na primeira etapa.

2. OBJETIVO

Neste contexto, este artigo tem como objetivo levantar e analisar a utilização da metodologia da

Avaliação de Ciclo de Vida (ACV) voltada para a construção civil em âmbito acadêmico no Brasil,

buscando, em particular, identificar como sua utilização pode ser uma ferramenta auxiliar ao

projeto de arquitetura. Dessa forma, pretende-se verificar a aplicação prática da ACV e identificar

benefícios e limites detectados nos estudos realizados.

3. MÉTODO DE PESQUISA

A revisão bibliográfica foi realizada através de levantamento de textos acadêmicos e técnicos

publicados sobre ACV na última década em repositórios de universidades, publicações de revistas

e anais de eventos da área, através do uso de palavras-chave como ACV, arquitetura, construção

civil, materiais e sistemas construtivos. Foram identificados os principais conceitos, normatização

auxiliar existente, benefícios e limitações, incluindo trabalhos acadêmicos publicados em 2016,

onde a metodologia foi aplicada como ferramenta de avaliação de produtos e sistemas

construtivos no Brasil.

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1 Definição e Aplicações

Metodologia conhecida por sua abordagem do “berço ao túmulo”, a Avaliação do Ciclo de Vida

(ACV) é descrita como uma “compilação e avaliação das entradas, das saídas e dos impactos

ambientais potenciais de um sistema de produto ao longo do seu ciclo de vida” - ABNT NBR ISO

14040:2009 (Gestão Ambiental – Avaliação do Ciclo de Vida – Princípios e Estrutura). A norma

descreve algumas aplicações diretas, como o desenvolvimento e aperfeiçoamento de produtos,

planejamento estratégico, elaboração de políticas públicas, marketing e outras áreas. Por ser uma