268
o efeito da ventilação natural aliado ao uso da massa térmica. O mesmo padrão foi observado nas
simulações computacionais, onde os resultados para a condição de 100% de abertura (todas as
portas e janelas totalmente abertas) apontaram um amortecimento da ordem de 4
o
C da
temperatura operativa em relação ao pico da temperatura externa no verão (35ºC), podendo
chegar a um amortecimento de 7ºC na condição de 3% de abertura (apenas frestas, com todas as
portas e janelas fechadas). A avaliação de conforto térmico segundo o modelo de conforto
adaptativo da norma ASHRAE:55 (2013) apontou que a edificação tem, em geral, tendência a
estar em zona de desconforto pelo frio, especialmente no inverno. Esta propensão em gerar a
sensação de desconforto por frio aos supostos usuários deste ambiente de passagem é mais
marcante nos ambientes do pavimento inferior, em especial no nível térreo do saguão.
Analisando-se especificamente a zona térmica dos mezaninos, localizados no pavimento superior,
percebe-se uma melhora na sensação de desconforto pelo frio, o que se supõe, seja uma
consequência da radiação direta recebida pela cobertura e pelas paredes da envoltória do edifício,
aliada ao efeito chaminé, fatores que contribuem para uma maior TRM (temperatura radiante
média) nestes ambientes. Salientando que na avaliação de conforto térmico observou-se ainda, a
partir dos resultados das simulações computacionais com a variação das condições de abertura,
pouca influência da ventilação natural na melhora da sensação de conforto térmico do saguão.
AGRADECIMENTOS
Aos colegas e professores da disciplina AUT5815 - Critérios para Adequação Climática das
Edificações (FAUUSP), Joana C. Gonçalves, Leonardo M. Monteiro e Alessandra P. Shimomura.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ALVES, C.A. Resiliência das edificações às mudanças climáticas na região metropolitana de São
Paulo. Dissertação (Mestrado em Arquitetura e Urbanismo), FAUUSP 2014.
ASHRAE (American Society of Heating, Refrigerating and Air Conditioning Engineers). ASHRAE
55-2013: Thermal Environmental Conditions for Human Occupancy. Atlanta: ASHRAE, 2013.
CIBSE (Chartered Institution of Building Services EngineerS). CIBSE Guide A: Environmental
design. 7 ed. Londres: CIBSE, 2006.
COTTA, J. O.; VIEIRA, J. L. O desempenho térmico de ambientes de trabalho nas cidades de São
Paulo e Rio de Janeiro. In: GONÇALVES, J. C. S.; BODE, K. (Org.). Edifício ambiental. São Paulo:
Oficina de Textos, cap.3, p.81-101, 2015.
FANGER, P., Thermal Comfort: Analysis and applications in environmental Engineering. McGraw-
Hill Book Company, United States, 1970.
GIVONI, B. Passive and low energy cooling of buildings. New York : John Wiley, 1994.
GONÇALVES, J.C.S. O Conforto térmico como um processo de adaptação ambiental: repensando
os padrões da habitação em São Paulo. Revista Contraste, São Paulo, p. 260 - 266, 25 nov. 2014.
GONÇALVES, J. C. S.; MARCONDES-CAVALERI, M. P. Ventilação natural em edifícios de
escritórios: mito ou realidade? In: GONÇALVES, J. C. S.; BODE, K. (Org.). Edifício ambiental. São
Paulo: Oficina de Texto, cap.2, p.57-80, 2015.
IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), (2011).
Censo Demográfico 2010
.