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Quando observada apenas a condição de conforto no verão, observa-se que na maior parte do

tempo (93% a 99% das horas) há condição de conforto; por outro lado, no período de clima mais

ameno (mês de setembro) observa-se predomínio da condição de desconforto por frio em

aproximadamente 70% do tempo; ambas as observações reforçam o fato de o edifício, e

principalmente esse ambiente, apresentar uma tendência de oferecer condições que ocasionam

desconforto por frio, de modo que o verão tende a ser o período mais confortável para os

ambientes da edificação, enquanto o inverno, o mais desconfortável.

Estudos semelhantes foram realizados para os ambientes de mezanino (Figura 7), contíguos ao

hall. Nos mezaninos superiores, onde se localizam a maior parte das aberturas envidraçadas

diretamente ligadas ao hall e, consequentemente, há maior ganho de calor por radiação solar.

Nesses ambientes, para a mesma condição de conforto utilizada para o hall, o número de horas

em conforto ao longo do ano ultrapassa 70% e a porcentagem de tempo em que os usuários

encontram-se em desconforto por calor mantém-se próxima àquela encontrada para o hall, já a

quantidade de horas em desconforto por frio se reduz para menos de 20% das horas do ano.

Figura 7.

Gráficos da avaliação de conforto térmico (conforme modelo adaptativo ASHRAE:55-2013) em

cada condição de abertura para os mezaninos. Período: anual.

Ao analisar-se a localização do saguão, verificou-se que o ambiente não recebe radiação solar

direta pelas paredes, resultado de sua posição central. Os mezaninos frente e fundos, por sua

vez, localizados no pavimento superior, estão sujeitos aos ganhos de radiação pela cobertura e

pelas aberturas envidraçadas. O pé direito duplo do saguão também favorece o efeito chaminé,

onde, por diferença de densidade, o ar quente se desloca para as camadas mais altas, fatores

que justificam as diferenças entre o saguão, recepção e mezaninos, observadas nos estudos,

reforçando a ideia de que, segundo Gonçalves (2015), a altura do pé-direito e sua relação com a

profundidade da planta são outros parâmetros do espaço interno que geram impacto no

desempenho da ventilação natural

.

6. CONCLUSÕES

Por meio das medições

in loco

e procedimentos analíticos de avaliação de desempenho térmico

do edifício, ora apresentados, observou-se um ótimo desempenho térmico no ambiente estudado.

A análise dos dados climáticos coletados no local apontou um notável amortecimento das

temperaturas internas do saguão quando comparadas às temperaturas medidas no exterior do

edifício, observando-se diferenças entre a temperatura interna e os picos de temperatura externa

da ordem de 4

o

C a 6

o

C; resultado devido ao uso combinado de estratégias passivas na edificação: