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2017

Fernando Ferrari como vetor dinamizador do crescimento urbano, dirigindo-se para dentro do

manguezal por meio de subsequentes aterros;

d) 1998 – Ocorreu adensamento em áreas já urbanizadas dos bairros que compõem Grande

Goiabeiras, sem mudanças significativas quanto ao desmatamento e aterramento do

manguezal (por esse motivo, essa data não consta na síntese cartográfica da Figura 4);

e) 2005 – No intervalo entre 1998 e 2005 observou-se a mesma tendência do intervalo anterior,

com maior adensamento sem expansão das áreas ocupadas (motivo pelo qual essa data

também não consta na síntese cartográfica da Figura 4). É importante frisar que essa contensão

deve estar diretamente relacionada à instituição da Estação Ecológica Municipal Ilha do

Lameirão, uma Unidade de Conservação implementada em 1989 no complexo estuarino do

manguezal do Lameirão e que, por meio de fiscalização enérgica, freou os processos de

invasão naquele território

f)

2016 – Entre os anos de 2005 e 2016 não ocorreram mudanças significativas, mas destaca-se

a execução de um parque linear no bairro Maria Ortiz, um calçadão de bordadura do manguezal

preservado, implementado pelo Programa Terra Mais Igual, com o objetivo de conter as

ocupações irregulares. Sua importância será comentada a seguir nas conclusões.

5. CONCLUSÃO

O presente trabalho, que sintetiza estudos sobre as relações entre a evolução da ocupação urbana

e a manutenção de Áreas de Preservação Permanente, não poderia se limitar a confirmar o óbvio

ou a revelar o que as imagens já demonstram por elas próprias. Mas, o estudo da evolução histórica

da urbanização das cidades se justifica para quantificar da supressão de áreas ambientalmente

sensíveis do meio urbano e consequentemente auxiliar na elaboração de programas que objetivem

frear esta degradação. Estudos como esse se justificam por serem utilizados para manifestar a

indignação frente à indiferença e passividade com que Áreas de Preservação Permanente vêm

sendo tratadas pelos processos de produção do território (de modo geral) e do urbano (em

particular).

Com base na presente análise da evolução da ocupação urbana desde a década de 70 até os dias

atuais, e por meio de recursos iconográficos pode-se afirmar que o período de maior evolução da

ocupação urbana na área estudada se deu entre os anos 1970 e 1978, quando o campus da UFES

foi construído e os bairros da Grande Goiabeiras começaram a ser ocupados e posteriormente

adensados. Entre o final da década de 70 e início dos anos 90, pôde-se averiguar o crescimento

territorial da UFES e o modo como a urbanização da Grande Goiabeiras se intensificou com a

instalação de novas residências, edificações comerciais e arruamento melhor organizado.

Há que se acreditar que a cidade é também o ambiente ideal para ações positivas em direção às

soluções que se convertem em fatos, a exemplo do que ocorreu com o Programa Terra Mais Igual.

Criado em 1998 e modificado em 2007, o referido programa foi criado com base o Plano de

Desenvolvimento Urbano de Vitória, objetivando concretizar ações centradas em Zonas Especiais

de Interesse Social – ZEIS. Praticamente desarticulado ou mesmo extinto na atualidade, as ações

desse programa mereceram inúmeras críticas positivas e negativas. No caso de Grande Goiabeiras,