2018
atuou na remoção das moradias sobre palafitas, e as famílias que lá estavam instaladas foram
reassentadas. Aquele local deu lugar a um parque linear, que passou a servir como barreira física
delimitar o desenvolvimento urbano de Grande Goiabeiras e, consequentemente, para garantir a
preservação do manguezal.
A contribuição do Programa Terra Mais Igual é incontestável, porém, há que se destacar que este
olhar sobre o manguezal deveria ter ocorrido logo que as ocupações se iniciaram, com o intuito de
freá-las e impedir que se adensem. Ao invés disto, até então, houve somente a regularização
fundiária e a instalação de infraestrutura básica para a população após a instalação clandestina de
muitas residências no local, quando a realocação já era inviável. Com esta análise, ressalta-se a
importância deste olhar preliminar às ocupações irregulares em áreas de manguezais e demais
APPs urbanas a fim de que sejam coibidas logo que se iniciam, para gerar a preservação destas
áreas ambientalmente sensíveis.
A título de conclusão, resta manifestar o desejo de que os benefícios de programas com os mesmos
objetivos do Programa Terra Mais Igual sejam efetivados a longo prazo, e sobretudo que se
repliquem no entorno daquela e de tantas outras Áreas de Preservação Permanente. Seja no
formato de um programa institucional, seja por meio de trabalhos acadêmicos como o que gerou
este artigo, o que se espera é que conceitos e atos voltados às edificações e às comunidades
sustentáveis transcendam as instâncias dos recursos retóricos e dos programa político partidário
para converterem-se em realidade impressa no território. O que se espera é que a manutenção das
Áreas de Preservação Permanente seja entendida como efeito benéfico tanto para o devir urbano
quanto para a qualidade de vida de suas populações.
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