2014
Figura 2.
À esquerda, poligonal que demarca a área de estudos e os bairros que a compõem; à direita,
imagem aérea que destaca a ocupação urbana atual e alguns pontos de referência. Fonte: Google Earth (com
adaptações); acesso em dezembro de 2016.
Conforme evidencia Tulli (2007), apesar do aparente crescimento controlado da urbanização de
Vitória, previstas por planos urbanísticos, a cidade sofreu um crescimento populacional abrupto e
descontrolado, saltando de 194.311 habitantes na década de 1960 para 706.138 habitantes em
1980. Tal incremento, que se deve a vários fatores como a crise do café em 1960, gerador de
grandes fluxos migratórios para a cidade e provocou desemprego e problemas sociais sérios.
Assim, para um grande contingente populacional não restou outra opção senão assentar-se como
podiam em áreas pouco valorizadas ou impróprias para o mercado imobiliário formal, ocupando
informalmente, com péssimas condições de moradia, áreas que não ofereciam condições de
segurança (como nas encostas de morros e nos fundos de vales) ou que deveriam restar
desocupadas por questões preservação ambiental (como nas margens dos corpos hídricos
superficiais e nos manguezais). Isso transformou ecossistemas como manguezal e restinga em
objeto de sucessivos aterros para permitir assentamentos urbanos e suburbanos, processo
intensificado na década de 1970 e que só diminuiria a partir do final da década de 1980, quando a
prefeitura municipal tomou iniciativas mais enérgicas para proteção dos manguezais por meio da
contenção das invasões. Apesar disso, muitas ocupações espontâneas continuaram a ser
realizadas até os dias de hoje, tal como pode ser confirmado com base no material iconográfico
disponível e apresentado a seguir, que destaca o processo evolutivo e cronológico das ocupações
de áreas de manguezal na poligonal de estudos.
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