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principal é disponibilizar, a partir de um desenho de qualidade, o fácil entendimento sobre o uso

(legibilidade), a segurança, e o conforto para todos. Logo não significa conceber espaços especiais

para pessoas especiais, mas sim, dotar o espaço de qualidades que beneficiem a todos. Este

conceito é a ferramenta que leva à acessibilidade, porque permite “[...] poder chegar a algum lugar

de forma independente, segura e com o mínimo de conforto; entender a organização e as relações

espaciais que este lugar estabelece, e participar de todas as atividades que ali se desenvolvem

fazendo uso dos equipamentos disponíveis” (DISCHINGER

et. al

., 2006). Dessa maneira, é

condição essencial para cidadania urbana.

4. SUSTENTABILIDADE SOCIAL

O conceito de sustentabilidade social tem diferentes abordagens teóricas, que se alteraram durante

os últimos trinta anos. Nesse período, relacionou-se a uma série de elementos para a melhoria da

qualidade de vida, o alcance da democracia e dos direitos humanos, sem que isso afete as relações

de propriedade ou apropriação dos recursos, bem como as relações sociais de produção. Tal

conceito visa ressaltar a importância da participação social e do aumento das potencialidades e

qualidades das pessoas na construção de um futuro mais justo. Estas ações devem diminuir as

desigualdades sociais, ampliar os direitos e garantir acesso aos serviços públicos, que visam

possibilitar as pessoas acesso pleno à cidadania.

Silva (1995) corrobora afirmando que a sustentabilidade social está baseada num processo de

melhoria na qualidade de vida da sociedade, pela redução das discrepâncias entre a opulência e a

miséria, por meio de diversos mecanismos. Esses mecanismos podem ser: nivelamento do padrão

de renda, acesso a educação, moradia e alimentação, entre outros inclusive permitindo

acessibilidade espacial aos ambientes construídos.

5. METODOLOGIA

A pesquisa iniciou com visitas exploratórias ao recorte, em busca de caracterizar quais eram os

espaços livres. Em paralelo foram elaborados materiais cartográficos acerca do tema. Nesse recorte

de estudo com extensão de 19,60km2, que corresponde a 8,36% do território municipal, constatou-

se que os espaços livres públicos se reduzem às áreas de recuperação ambiental, resultado da

mineração de carvão a céu aberto e às vias de ligação (ruas, avenidas, etc.). No que tange a

acessibilidade física e informativa dos espaços livres públicos, é perceptível que os maiores

problemas estão na infraestrutura e o mobiliário urbanos através: da ausência de passeios públicos,

ou sua má conservação e execução (Figura 01); falta de calçamento nas vias públicas (Figura 02);

ineficácia ou ausência dos instrumentos de informação; falta de mobiliário urbano (como lixeiras e

paradas de ônibus); escassez de espaços públicos de lazer (como praças e parques). Em razão

dessa caracterização a pesquisa definiu como recorte de estudo os passeios públicos. Afinal os

problemas ali encontrados corroboram para que a cidade seja hostil nas questões de acessibilidade

e dessa maneira faça o caminho inverso da inclusão, da cidadania urbana.