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Edificações Residenciais (RTQ-R), elaborado pela Eletrobras e Procel (2012), também recomenda
o uso deste programa.
Yu et al. (2015) consideram o EnergyPlus como parte da nova geração de software de análise de
consumo de energia. Porém, os autores consideram a interface do programa extremamente hostil
e sua operabilidade complicada. A edição do arquivo de entrada é demorada e os dados devem ser
absolutamente precisos. Os usuários precisam examinar o arquivo de erros e modificar
repetidamente. Por isso, exige um operador experiente para edição do arquivo de entrada. A fim de
incentivar e também facilitar o uso do EnergyPlus, algumas ferramentas foram desenvolvidas para
criar interfaces mais “amigáveis” com o software, como por exemplo o OpenStudio, uma plataforma
de ferramentas que dão suporte em simulações energéticas no EnergyPlus. Entre as aplicações
gráficas, está incluso o
plug-in
do OpenStudio para o SketchUp (Trimble), que permite aos usuários
criar rapidamente a geometria necessária para a simulação.
Diversos autores vêm estudando as diferentes formas de se exportar modelos BIM desenvolvidos
no Revit para o EnergyPlus, a fim de realizar análises e simulações energéticas mais precisas e
evitar a reentrada de informação e modelagem da geometria. Gouveia et al. (2014) analisaram a
possibilidade de exportação da geometria do Revit no formato gbXML para o EnergyPlus com o
auxílio do programa Ecotect Analysis, Sketchup e Legacy OpenStudio. Foi verificado o
reconhecimento das zonas térmicas e geometria parcial, porém ocorreu supressão das espessuras
de paredes, pisos e cobertura. Miller et al. (2014) também desenvolveram um modelo no Revit para
ser extraído para o EnergyPlus por meio do Design Performance Viewer (DPV). Foi utilizado o
RevitPythonShell (RPS) para converter o modelo de dados BIM em uma representação geométrica
no formato IDF para o EnergyPlus. O processo de tradução da geometria incluiu muitos desafios no
que diz respeito à criação de zonas e simplificação de modelos e alguns detalhes precisaram ser
ajustados manualmente após o processo de extração, uma vez que o modelo de geometria
inicialmente produzido possuía algumas incompatibilidades.
Queiróz et al. (2016) analisaram as diversas possibilidades para exportação de modelos digitais de
edificações produzidos no Revit 2016 para EnergyPlus 8.4.0. Foram exportados, nos formatos de
arquivos IDF e gbXML, modelos produzidos no Revit com diferentes opções de configurações do
programa, e posteriormente, estes foram comparados com o modelo de referência produzido
diretamente no EnergyPLus. A verificação dos arquivos exportados foi realizada com o auxílio do
plug-in Legacy OpenStudio no SketchUp, identificando parâmetros definidos na geometria e
propriedades dos materiais empregados no modelo BIM. Os resultados apontaram que os modelos
exportados como massas conceituais, assim como as exportações realizadas a partir dos resultados
de analises do Revit, ou pelo Green Building Studio, apresentaram maiores distorções geométricas,
e não foram capazes de identificar os materiais e respectivas propriedades térmicas do modelo. O
modelo de construção, proveniente do arquivo gbXML, exportado do menu principal do Revit,
configurou-se como melhor opção para utilização no EnergyPlus.
2. OBJETIVO
O presente trabalho tem como objetivo avaliar e validar a exportação do modelo BIM de uma
edificação residencial desenvolvido no Revit para o software de simulação termo-energética
EnergyPlus utilizando o OpenStudio. A partir disso, será possível identificar as dificuldades de
interoperabilidade entre os dois softwares e apontar os recursos necessários para aprimorar este
processo, e desta forma, contribuir para o desenvolvimento de um fluxo de trabalho na utilização do
BIM em análises energéticas.