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Abordando a questão dos Recursos (4), os autores propõem a retomada de partidos de projeto

quase vernaculares, mas esquecidos em função do emprego das novas tecnologias, do uso da

energia elétrica, do ar condicionado, do uso de elevadores, esquecendo o aproveitamento passivo

e ativo do clima urbano, a exploração da ventilação cruzada, a eficiência energética, o

aproveitamento dos resíduos e a reciclagem dos materiais, dos insumos e da própria energia.

3. RESULTADOS E DISCUSSÕES

3.1 Análise em relação ao quesito Sociedade

O bairro Santa Marta, no qual se localiza a Vila Donária, é caracterizado historicamente por uma

população de renda baixa, tendo iniciado nas proximidades de estação transformadora de energia

implantada há cerca de quatro décadas e ao longo da via de acesso a distrito rural. Com moradias

muito precárias no início de sua criação, era denominado vila Brasília; após surgiram habitações de

baixo padrão, autoconstruídas. O bairro contava com reduzidos equipamentos comunitários: escola,

capela e instituição de assistência social. Além de loteamentos populares, na década de 2010

passou a receber núcleos de habitação de interesse social, contribuindo para atendimento de

famílias de baixa renda vindas de outras áreas da cidade.

O projeto em análise, ao mesclar condomínios para várias faixas de renda, proporciona mescla de

frações sociais em função da diversidade socioeconômica. Traz proximidade nas relações

comunitárias ao implantar condomínios de tipologias diferenciadas em vizinhanças muito próximas.

Propõe a potencialização das redes sociais ao mesclar vizinhanças diferenciadas e espaços

intermediários mais qualificados, pois um dos aspectos que diferencia este projeto de outros é a

adoção de condomínios com número restrito de unidades habitacionais.

O projeto prevê a construção de cerca de 17 pequenos condomínios habitacionais, sendo que 13

já se encontram construídos e habitados. Foram planejados três tipologias de condomínios para

duas faixas socioeconômicos de população e em conformidade com as possibilidades de

financiamento do Programa Minha Casa Minha Vida. A tipologia de casas geminadas, destina-se

a população carente, com renda familiar de 0 a 3 salários mínimos, enquadradas na faixa 1 de

financiamento (Fig. 2). A tipologia de casas isoladas destina-se a população com renda familiar de

3 a 5 salários-mínimos, enquadrados na faixa 2 de financiamento (Fig. 3). Da mesma foram as

tipologias de apartamentos em pequenos edifícios de 2 pavimentos destinam-se a faixa 2 (Fig. 4).

3.2 Análise em relação ao quesito Cidade

Em relação à cidade, o bairro periférico está sendo integrado ao tecido urbano por meio de projeto

urbanístico de qualificação e ocupação populacional, que prioriza a inserção de projetos de

habitação social. No entanto, sua localização, entre duas rodovias estaduais de alto fluxo, que

formam anel viário que circunda a maior parte da cidade formal, gera limites marcantes, que se

somam para dificultar a integração física e social do novo bairro.

O novo conjunto habitacional, mesmo tendo característica monofuncional, está gerando a

implantação e a qualificação de equipamentos comunitários, propiciando mais acesso à educação

(novas escolas de educação infantil e fundamental em implantação) e saúde (unidade de saúde em

funcionamento). A perspectiva de novos moradores com renda um pouco mais elevada deverá

trazer novos estabelecimentos comerciais e de serviços.