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agrupando uma série de questões em quatro grandes áreas: 1) sociedade, 2) cidade, 3) tecnologia

e 4) recursos.

Em relação à Sociedade (1) contemporânea, os autores ressaltam a readequação e diferenciação

da composição dos grupos familiares; onde a posição do chefe de família provedor, mãe cuidadora

e grande número de filhos deve ser revista e cuja estrutura não é mais rígida e hierarquizada; a

residência passa a ser também, um espaço de trabalho e de armazenamento. Observam que os

novos padrões sociais contemporâneos requerem tipologias habitacionais diferentes. Pois a

heterogeneidade da sociedade atual com distintos níveis de renda, de composição familiar

multifacetada, de tipos de ocupação profissional diversificados, de gêneros, de níveis de estudos

diferenciados, de estrutura demográfica em transformação e com mudanças endógenas na

estrutura dos lares alteram significativamente, as propostas tipológicas e morfológicas, para os

conjuntos habitacionais a serem propostos.

Em relação à Cidade (2), os autores questionam a relação da unidade habitacional com o espaço

urbano, observando que a habitação deve estar inserida na cidade e não ser um apêndice a ela.

Neste sentido, os valores de proximidade; a relação da habitação com espaço público; os espaços

de convivência e de usos; assim como os espaços intermediários assumem, talvez, maior

importância que a própria unidade habitacional. São potencializados os valores de proximidade,

onde os moradores devem realizar o máximo de atividades cotidianas em distâncias percorridas a

pé, com trajetos alternativos, podendo escolher entre diversas opções, ter fácil acesso ao transporte

público, às compras do cotidiano, à educação, ao trabalho, à saúde, ao esporte, ao lazer a aos

equipamentos do bairro. Os autores colocam que a residência deve ser compreendida como “o

projeto urbano”, ou seja, o projeto residencial deve ser visto como parte de um projeto urbano

equilibrado. As unidades habitacionais não podem ser peças autônomas. Quando funcionais devem

favorecer a potencialização de redes sociais e comunitárias criando a cidade real sobre as bases

de um bom projeto urbano (MONTANER, MUXI e FALAGAN, 2011, p. 45).

Em relação à Tecnologia (3) os autores abordam a formalização, a adequação tecnológica e das

instalações da unidade habitacional. Sugerem a agrupação de áreas úmidas; a adaptabilidade e a

qualidade da construção, que deve, necessariamente, abrigar inovações tecnológicas, inserindo a

residência numa realidade cada vez mais mutante. Dentro desta realidade, devem ser pensados

novos dispositivos, que ofereçam alternativas às estratégias convencionais para uma família tipo.

Neste sentido, as respostas projetuais devem ser capazes de adequar-se a um sem número de

fatores como a flexibilidade, uma das condições essenciais ao espaço habitável, mantendo uma

adequada articulação com os sistemas, as estruturas e os elementos construtivos. Estes elementos,

assim como os fechamentos e as instalações devem ser pensados para permitir uma maior

evolução e adequação às mudanças dos usuários. (MONTANER, MUXI e FALAGAN, 2011, p. 51-

54).

Os autores sugerem que a estanqueidade do projeto e da edificação não devem se converter em

obstáculos para as transformações e adequações da residência às especificidades de cada família,

numa sociedade em transformação. Devem então, comportar dispositivos técnicos que possibilitem

o crescimento da superfície edificável, possibilitar as modificações internas dos espaços e a fácil

atualização das instalações. Esta desejada adaptabilidade e flexibilidade construtiva poderão ser

obtidas através do emprego de estruturas de grandes luzes, fachadas com repetição equidistante

de vazios, a disponibilidade de divisórias leves, de elementos móveis, com maneiras fáceis de

reparar ou transformar as instalações.