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4.3 Do ponto de vista da sustentabilidade

Segundo o Sindicato Nacional da Indústria do Cimento, só em 2013 foram consumidos 71 milhões

de toneladas de cimento em todo o território nacional. Isso significou um consumo per capita de 353

kg/hab/ano. Baseado no consumo do concreto mais utilizado de acordo com Itambé (2016), se

considerarmos que um concreto normal é composto por aproximadamente 12% de cimento, 8% de

água e 80% de agregado, em massa, significa dizer que, em 2013, a indústria do concreto no Brasil

consumiu aproximadamente 473 milhões de toneladas de areia e rocha britada, e 47 milhões de

toneladas de água de amassamento (47,3 bilhões de litros), colocando o concreto talvez na posição

do maior consumidor de reservas naturais do mundo. Sabe-se que os processos industriais

relacionados à produção do cimento Portland é considerado como um dos principais responsáveis

em colaborar com o efeito estufa por atacar a camada de ozônio que reveste a Terra através da

grande quantidade de emissão de CO

2

seja na transformação química da matéria-prima em

cimento, ou com a queima de combustíveis utilizados para possibilitar essa transformação.

Nesses processos, são liberados também outros poluentes, como óxido de enxofre, óxido de

nitrogênio, monóxido de carbono e compostos de chumbo. Além disso, estes processos industriais

utilizam recursos não renováveis como argila e calcário e grande quantidade de energia, chegando

a consumir 2% de toda a energia global. As cimenteiras também são responsáveis por 5% da

emissão de dióxido de carbono (CO

2

) de todo o mundo, se tornando um dos maiores emissores de

gases de efeito estufa, principalmente na fase de clinquerização. Na produção de uma tonelada de

clínquer é produzido uma tonelada de CO

2

(CARVALHO, 2008).

Encontrar soluções alternativas para reduzir a agressão ao meio ambiente é algo em caráter de

urgência. É um desafio que se faz necessário e adições como a sílica ativa podem fazer parte

deste conjunto de soluções.

A sílica ativa é um resíduo industrial, sendo possível com sua utilização na construção, amenizar

dois problemas simultaneamente: a redução da quantidade de cimento utilizada e a destinação

dos rejeitos industriais.

A utilização da sílica ativa em substituição parcial do cimento resulta em um material cimentício com

menor quantidade de clínquer e, consequentemente, menor consumo de energia e menor emissão

de dióxido de carbono (CO

2

), cerca de 25% a 35%, para concretos de mesma classe de resistência

pelo simples fato de reduzir o consumo de aglomerante, amenizando assim os impactos ambientais

(POMPIANI e TARTUCE, 2011).

5. CONCLUSÃO

A sílica ativa propicia muitos benefícios às propriedades do concreto, tanto em relação a sua

reologia no estado fresco, quanto ao comportamento mecânico e de durabilidade no estado

endurecido. No entanto se torna evidente que as misturas com maiores teores de adição mineral,

são fatores preponderantes para as reduções na alcalinidade do sistema, e consequentemente,

maiores profundidades de carbonatação.

Na presente pesquisa perceberam-se os seguintes resultados:

Quanto a ação do CO

2

:

Substituições de 10% de sílica ativa para relação a/agl 0,5 se apresentou benéfico quanto a

proteção contra a frente de carbonatação, reduzindo a profundidade carbonatada em 13,08%,