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de São Paulo e Rio de Janeiro são detentores do maior número de prédios comerciais, centros de
distribuição e escritórios certificados no país. Em contrapartida, na região norte há uma
contribuição de apenas 1,81% dentre mais de 1000 unidades registradas pela certificação LEED
no Brasil.
1.3 Obstáculos para adequação de uma obra à certificação LEED
Segundo o
International Council for Building – CIB (1999)
, custo é um dos fatores que norteiam as
obras de engenharia. Porém, as dificuldades para manutenção do equilíbrio entre fatores
determinantes aumentam quando o quesito ambiental é inserido no contexto, e isso influencia em
aspectos como valor e qualidade da edificação, adequações às necessidades do usuário,
processo construtivo, economia local, entre outros.
De acordo com Candido e Soares (2015), a variabilidade de custos depende das composições
unitárias, sendo estas baseadas em indicadores de produtividade, tais como mão de obra e
consumo de materiais.
Neste sentido, estes indicadores estão essencialmente ligados às melhorias na produtividade e
qualidade, bem como possibilitam melhor planejamento e gestão na construção civil. Dentre os
indicadores nacionais, o CUB (Custo unitário básico de construção) é uma das principais
referências. A Câmara Brasileira da Indústria da Construção – CBIC (2016) destaca que este
indicador é baseado em dados divulgados oficialmente pelo IBGE, o que confere maior
credibilidade ao processo de orçamentação e projeção de custos.
Para muitos profissionais da indústria da construção, a realidade de edifícios certificados pelo
sistema LEED irá adicionar custos onerosos a um empreendimento novo ou existente. O
acréscimo de custos de projeto pode aumentar em cerca de 10 a 30% o seu valor convencional,
enquanto que usuários experientes da certificação LEED acham possível conseguir certificações
de nível Ouro e Prata em uma escala de custos variando em termos de 1 a 2% do custo total
executivo da obra (VAMOSI, 2011; KATZ, 2008). Para Abbate (2010), a certificação ambiental
aumenta o custo de um empreendimento de 5% a 10%, o que Porto (2006) corrobora afirmando
que quanto maior o porte da obra, menor o impacto desses custos no orçamento do
empreendimento, bem como de acordo com o nível de certificação que se deseja alcançar. O
modelo atual de contratação, locação e venda, também é apresentado como obstáculo, pois as
empresas incorporadoras e construtoras não necessariamente receberão os benefícios de
economia de recursos gerados no empreendimento (PONTES, 2010). Além disso, o acréscimo de
custo em um empreendimento sustentável, em relação aos seus equivalentes convencionais, é o
principal motivo declarado por profissionais do setor imobiliário de diversos países, para não
construírem de forma sustentável (LEITE JR, 2013).
2. OBJETIVO
O objetivo desta pesquisa consiste em apontar as diferenças percentuais de custo, em uma
edificação residencial, entre o valor original e o valor adaptado para as exigências LEED nível
prata.
3. MÉTODO DE PESQUISA
A metodologia é fundamentada em um estudo de caso de abordagem quantitativa e caráter
exploratório, baseado em uma avaliação comparativa entre orçamentos analíticos de um mesmo
edifício, onde foram levantados as quantidades e preços unitários de serviços e insumos
individualmente, explicado de acordo com a Figura 2: