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1. INTRODUÇÃO
A adoção de soluções para alcançar a sustentabilidade é atual e urgente, e uma das formas para
alcançá-la é a escolha dos materiais de construção mais sustentáveis, localmente extraídos e
processados, baixo conteúdo energético, não tóxicos, potencialmente recicláveis e culturalmente
aceitos (BRASIL, 2016). Documentos do Ministério do Meio Ambiente (idem) mencionam também
o potencial para autoconstrução, construção em regime de mutirão e a presença de conteúdo
reciclado como ações potenciais. Essa ideia criativa e mais sustentável de construção possibilita
aos profissionais da construção civil a importante missão de orientar e escolher o material de
construção ideal para cada tipo de projeto, uma vez que, como se sabe, a produção, utilização,
manutenção e descarte dos materiais usados na construção civil provocam vários impactos à
sociedade e ao meio ambiente.
De acordo com Spadotto et al (2011), toda grande mudança promovida pelo setor da construção
civil produz impactos nos ambientes social, ambiental e econômico e o desenvolvimento de
tecnologias inovadoras também pode auxiliar na redução dos impactos negativos. É inegável essa
relevância na definição do cenário produtivo, o que foi percebido, com bastante clareza, na última
década no Brasil. Nesse mesmo período, ficou evidenciada também a escassez de inovações,
principalmente, os adequados aos princípios de sustentabilidade.
1.1 O processo de escolha dos usuários
Para promover a inserção de novas tecnologias, é importante a participação de toda a cadeia
produtiva nesse processo (MCKINSEY apud CAMPOS, 2012), além dos próprios usuários. Para
entender o que o usuário espera dos produtos ofertados pelo mercado (as edificações), foi
necessário uma abordagem sob os conceitos de satisfação e requisitos do cliente, marketing e
administração de empresas. A satisfação, segundo Kotler (2000), resulta em uma sensação de
prazer ou desapontamento causada pela comparação do desempenho percebido de um produto
em relação às expectativas. Para que um produto o satisfaça, deve-se considerar suas opiniões e
sugestões, descobrindo os requisitos do cliente, analisando e utilizando-os durante o processo de
produção (PDP) e para isso torna-se necessária a coleta de informações (MIRON, 2002).
Entretanto, de acordo com Karsaklian (2011), os consumidores têm personalidades diferentes e por
isso têm atração por produtos diferentes, fazendo com que a preferência não seja igual para todos,
pois cada um prefere aquilo com o que se identifica mais, ou aquele produto que parece representar
mais precisamente o que se quer aparentar. Assim sendo, cada pessoa satisfar-se-á de formas
diferentes, considerando a existência de diferentes opções de compra e comportamentos de
consumo e isso se altera de acordo com a classe socioeconômica do cliente.
Como bem ensina Kotler (2000), existem ainda outras questões que podem influenciar na escolha
ou preferência do cliente: fatores pessoais (relacionado com a idade e estágio no ciclo de vida,
ocupação, e circunstâncias econômicas, personalidade e autoimagem, estilo de vida e valores);
fatores sociais (grupos de referência (amigos, vizinhos, colegas de trabalho, grupos religiosos);
família (papéis sociais e status); e ainda, os fatores culturais (valores absorvidos durante seu
crescimento, nacionalidade, religião, raça e geografia).
Outra questão é a percepção de valor do cliente, que é o processo pelo qual as pessoas selecionam,
organizam e interpretam as sensações, após serem estimulados pelos cinco sentidos (SOLOMON,
2000). Chauí (1999) complementa que a personalidade, a história pessoal, afetividade, desejos e
paixões irão interferir nessa percepção complexa de cada indivíduo.