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informações para o embasamento teórico e para compreender como a tecnologia empregada em
cada projeto funciona e quais são os critérios que determinaram seu uso.
Realizou-se um levantamento sobre onde empresas e indústrias de painéis fotovoltaicos se
concentram no Brasil, no mundo e na região de Ribeirão Preto–SP e foram analisados os
equipamentos produzidos, suas características físicas e de eficiência energética, através da leitura
dos manuais técnicos de seis indústrias produtoras de painéis monocristalinos e policristalinos.
Por meio de análise empírica dos programas de treinamento das empresas do setor de diferentes
regiões e seus conteúdos de divulgação de vendas de produtos, foi possível entender seus modelos
de negócio e treinamentos técnicos, em conjunto com o levantamento de toda a legislação existente
sobre o assunto no país até o momento. Desta forma, pôde-se avaliar como todos estes
personagens estão forjando as práticas de mercado em grande parte do território brasileiro.
2. RELAÇÃO TEÓRICA ENTRE ARQUITETURA E A TECNOLOGIA FOTOVOLTAICA
Uma nova tecnologia de captação de energia elétrica deve, antes mesmo de sua instalação, ser
compreendida pela população que vai usá-la. Compreender seu uso, seus benefícios e seus
impactos futuros tanto no meio ambiente quanto nas vidas das pessoas é parte fundamental em um
processo de instalação de equipamentos que terão o papel de captação de energia elétrica
renovável em uma construção, conforme defende Scudo (2013). Este autor cita exemplos de
projetos já implantados que tiveram, em seu planejamento, fases de diálogo com a população onde
uma nova forma de captação de energia seria implantada, pois sabia-se que esta causaria impactos
visuais, econômicos, espaciais e estéticos.
Paralelo a esse dialogo social, Roaf (2013) lembra da necessidade de se criar leis que favoreçam
o uso de energia renovável e que despertem o interesse tanto da sociedade quanto da indústria,
para que haja um desenvolvimento de uma tecnologia que atenda às necessidades locais de
suprimento de energia elétrica a um valor de aquisição e instalação viáveis. Visto que as tecnologias
existentes atualmente apresentam um custo elevado para aquisição e instalação, afugentando
assim profissionais e usuários.
De Macedo (2014) complementa o pensamento de contextualização social para a implementação
de tecnologias de captação de energia em determinada comunidade, lembrando que o desenho e
estética dos equipamentos de captação de energia renovável como painéis fotovoltaicos e turbinas
eólicas, historicamente, oferecem limitações estéticas que servem de barreira para seus usos em
projetos realizados por profissionais da área da Arquitetura e Engenharia, fato que dificulta a criação
de um pensamento “verde” no cliente, visto que o profissional contratado não oferece o produto
como uma solução interessante sob o ponto de vista arquitetônico.
Fretin (2013) reforça o ponto de vista histórico, lembrando que desde os primórdios da humanidade
o uso de energias renováveis, como a solar, já era parte do cotidiano das pessoas, sendo adotadas
em tempos de escassez de fontes não renováveis. Fato curioso que remete à realidade atual
planetária, que indica a escassez de fontes fósseis, como o petróleo, por exemplo, justificando
economicamente o uso de fontes renováveis.
Defende que toda construção no planeta é solar, pois recebe radiação direta ou indireta em todas
as estações do ano, tornando-se capaz de ser produtora de energia elétrica.
O lar como ideia de interface ao universo digital e suas interações, na relação entre casas e
multimídias traz, segundo Duarte (1999), a reconfiguração das edificações, onde várias tecnologias
agem juntas tornando possível um novo resultado espacial.
A relação entre as pessoas que ocuparão o lugar em que a construção se insere e a própria
edificação a ser construída garantem uma análise local/regional sobre o contexto climático,