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4.3 A AU e a sua inserção nas cidades
4.3.1 Estratégias para o estabelecimento da AU
Para eleger as áreas mais adequadas para a incorporação da AU nas cidades, é necessário,
primeiramente, compreender as características das áreas disponíveis, para, então, identificar os
locais mais adequados para a implementação de cada uma das diversas opções possíveis de AU
(LA ROSA; PRIVITERA, 2013). Deste modo é necessário, primeiramente, caracterizar as áreas
disponíveis, em termos físicos, ecológicos e sociais (LA ROSA, 2014).
Segundo Alexander (1977), os vales deveriam ser preservados nas áreas urbanas, tornando-os
protegidos dos empreendimentos urbanos, que podem destruir ou reduzir a fertilidade do solo. Os
vales devem, portanto, ser reservados para fazendas urbanas, parques e áreas silvestres.
Entre as tipologias comuns de agricultura urbana, com potencial para serem inseridas nas áreas
disponíveis das cidades, a partir de estratégias de planejamento urbano, destacam-se: as hortas
comunitárias, as fazendas urbanas e os parques agrícolas.
As
hortas comunitárias
são locais de lazer e integração de diversos grupos sociais (jovens, idosos,
crianças, pessoas de baixa renda ou sem ocupação); permitindo a jardinagem e o cultivo de
alimentos. A sua área pode variar de 50-100 m
2
a 200-400 m
2
(RUBINO, 2007).
As
fazendas urbanas
frequentemente operam com o apoio da comunidade e estabelecem uma
ligação direta entre a produção e o consumo de alimentos, podendo ter áreas de tamanhos variados,
a partir de 0,8 Ha (Van En, 1995). Segundo Aubry et al., (2012), as fazendas urbanas são a forma
primária de agricultura urbana e são caracterizadas pela produção de produtos frescos.
Os
parques agrícolas
são concebidos como sistemas agroflorestais, constituídos por grandes áreas
agrícolas, onde a produção de alimentos está integrada à paisagem rural e à proteção da fauna e
da flora (SORACE, 2001), proporcionando também benefícios culturais e estéticos.
Outros contextos geográficos ou diferentes escalas de planejamento podem resultar em diferentes
categorias de AU, tais como as hortas domésticas (CAMERON et al., 2012) e as fazendas
educacionais ou sociais, requerendo, portanto, critérios e indicadores específicos.
4.3.2 Estratégias para a manutenção da AU nas cidades
Uma das dificuldades para que a prática da AU seja ampliada é a falta de conhecimento por parte
dos pequenos agricultores urbanos, dificultando o seu acesso aos mercados consumidores. Isso
acontece porque os pequenos produtores não são bem-vindos em mercados já estabelecidos e por
eles desconhecerem as preferências dos consumidores (DRECHSEL; KUNZE, 1999).
Entre as soluções de pequena escala a serem consideradas, a implementação de áreas de
atividade de comércio descentralizado, próximo aos bairros residenciais e ao longo das rotas de
transporte nas zonas de AU, podem propiciar uma boa base para vendas. Além disso, os
agricultores urbanos poderiam aumentar seu poder de mercado por meio do desenvolvimento de
cooperativas, para a comercialização de sua produção (FAO, 1999).
Em nível familiar, as políticas públicas podem fornecer suporte técnico e treinamento, por meio de
serviços de extensão voltados às necessidades dos agricultores urbanos (NUGENT, 2000). Além
disso, os governos locais podem facilitar a disponibilidade de microcrédito para os agricultores
urbanos, eliminar as barreiras oficiais para a AU, e possibilitar acesso direto ao mercado consumidor
(NUGENT, 2000).
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4 Os municípios brasileiros de pequeno porte
Os municípios brasileiros de pequeno porte são caracterizados por sua proximidade com o meio
rural, e por serem dotados de um ecossistema pouco alterado pelas atividades urbanas. Possuem