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Entre a produção de alimentos na zona rural do município, destaca-se a produção de morango,

amora preta e figo (FELIZ, 2016).

5. RESULTADOS E DISCUSSÃO

A AU possibilita complementar, através da produção local, o suprimento de alimentos à população.

Por isto mesmo ela é importante por fortalecer a segurança alimentar nas cidades (MOUGEOT,

2000).

Para Alberti e Susskind (1996), o planejamento urbano influencia a maneira como as pessoas se

utilizam dos recursos naturais. Por outro lado, as cidades oferecem grandes oportunidades para

utilização de recursos locais, de modo eficiente, que frequentemente não são explorados. A

maneira como as cidades são planejadas e administradas pode, portanto, contribuir

significativamente para sua maior sustentabilidade. A revisão de literatura e os estudos sendo

desenvolvidos no municipio de Feliz permitem identificar o potencial e importância da

autosuficiência alimentar em municipios de pequeno porte. Entende-se que a intensificação da

agricultura urbana na cidade de Feliz possa vir a constituir uma oportunidade para abastecer a

população local com alimentos saudáveis, principalmente a parcela menos favorecida e mais

vulnerável da população.

Além disso, em pequenas municipalidades a proximidade da área urbana com a área rural permite

um intercâmbio de conhecimento e de trocas entre os agriculturores rurais e urbanos, promovendo

uma sinergia muito importante para a intensificação dessa relevante atividade.

Como propõe Nugent (2000), a ocupação de terrenos vazios nas cidades poderia contribuir para o

estabelecimento de parcerias entre os proprietários e os agricultores urbanos. Em Feliz, isto poderia

ser alcançado com o estabelecimento de uma rede de hortas comunitárias localizadas em seus

vazios urbanos. Ao se estimar a produção passível de ser obtida no município, caso os vazios

urbanos com área superior a 700m² fossem utilizados para uso de AU e tendo como modelo de

produtividade aquele da família Dervaes , com produção anual de 7,5kg/m², chega-se à conclusão

de que, tão somente na área existente em Feliz sujeita à utilização compulsória, de

aproximadamente 15 hectares, poderiam ser produzidas 1.125 toneladas de alimentos por ano, com

isso podendo alimentar quase que integralmente (em uma dieta ovo-lacto-vegetariana) 1.500

pessoas (cerca de 16% da população urbana).

6. CONCLUSÃO

A agricultura urbana apresenta potencial para, através da produção de alimentos, contribuir para a

geração de uma economia local, além de possibilitar outros benefícios para a população.

Conforme mencionado anteriormente, a AU, quando contemplada no planejamento urbano, deve

ser concebida para complementar à agricultura rural. Ela deve ser considerada como um importante

contribuinte para a sustentabilidade ambiental, reduzindo os impactos referentes à cadeia de

produção e comercialização de alimentos e articulando as atividades urbanas e rurais para que

atuem integradas ao ecossistema urbano.

Com residência em Pasadena (EUA), a família Dervaes, composta por quatro pessoas, produz 3 toneladas

de alimentos orgânicos por ano, em uma área de 400 m², onde são cultivadas 400 espécies distintas de frutas,

vegetais e ervas, suprindo até 90% do total de alimentos consumidos pela família, ao longo do ano. O

excedente produzido é comercializado, garantindo uma renda extra anual, de cerca de 20 mil dólares

americanos (URBAN HOMESTEAD, 2016). Disponível em:

<http://urbanhomestead.org

>. Acesso em: 07 mar.

2017.