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4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Na relação entre a temática da sustentabilidade e a agricultura familiar no oeste de Santa Catarina

é possível afirmar que nos aspecto das dimensões econômicas, social e ambiental ocorreram e

ocorrem em torno do debate sobre o desenvolvimento regional. Portanto, o aspecto local, apontado

por Seguezzo (2009) está presente com uma ênfase bastante forte.

Quanto a dimensão ambiental o “discurso” da sustentabilidade está presente em todos os espaços,

mas com diferentes concepções dele advindas. Três grandes compreensões se fazem presentes:

1) os que veem na eficiência técnica e no aumento da produtividade o caminho para a

sustentabilidade ambiental. Não se trata de buscar alternativas as tecnologias produtivistas, mas

sim, em aperfeiçoa-las para melhorar a sua eficiência ambiental. A grande aposta dos que assim

pensam está na biotecnologia, sendo a transgenia o caminho a ser percorrido; 2) os que veem na

produção orgânica, pelo apelo destes produtos quanto a preservação do meio ambiente, qualidade

de vida e saúde, como uma oportunidade de mercado a ser explorada. Portanto, uma oportunidade

em uma região com uma estrutura fundiária de pequenas propriedades. Muda-se a base

tecnológica, sem se alterar, as relações sociais e econômicas de produção; 3) os que veem a

agroecologia como uma nova forma de relação entre a natureza e a sociedade na produção de

bens, não de forma utilitarista e individualista, mas como espaço de preservação da vida, de toda a

vida, pela vida toda.

Na busca realizada nos diferentes trabalhos que tratam dos temas da agricultura familiar e da

sustentabilidade na região, da mesma forma que nos trabalhos em nível de País, se verificou que

as 4 primeira dimensões da sustentabilidade: econômica, social, ambiental e de permanência

(reprodução) são preocupações permanentes. Já a 5ª dimensão que trata da pessoa, da

individualidade é a grande ausente nas pesquisas. Trato a seguir da dimensão da permanência, no

aspecto da sucessão das unidades familiares de produção a partir da visão dos jovens participantes

da pesquisa.

A preocupação dos jovens com a permanência no campo e a sucessão das unidades familiares,

quanto ao projeto futuro de vida, conforme pode ser visto na figura 2, a maioria dos jovens afirmam

desejar permanecer no meio rural (90,74%), sendo que, 11,11% respondeu desejar continuar

morando na propriedade e trabalhar fora. 9,25% demonstrou que deseja morar e trabalhar na

cidade.

Na mesma questão 70% dos que responderam desejar permanecer na roça, afirmaram desejar

estudar. Sendo que entre os que desejam trabalhar fora, este dado foi de apenas 36,36%. Estes

percentuais chamam atenção, pois historicamente, na sucessão das propriedades era comum a

afirmação, “não gosta de estudar então vai ficar na roça”. Parece haver uma inversão de

expectativas e o reconhecimento que os desafios de uma agricultura sustentável passam por

estudar, ou seja, pelo conhecimento. No âmbito dos que desejam sair parece que a motivação

principal é o empreendedorismo e não a busca de oportunidades de estudar. Sendo que entre estes

66% respondeu que deseja ter seu próprio negócio. Dos que pretendem trabalhar fora e morar na

propriedade 20% desejam ter seu próprio empreendimento. Já dos que desejam ficar, 5%

manifestou o desejo de empreender na própria propriedade.