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desenvolveram e se desenvolvem, possuem uma sustentabilidade intrínseca são modelos mais

sustentáveis, do que o modelo produtivista implantado a partir da revolução verde. De acordo com

Wanderlei (2016) as transformações provocadas pelo sistema atual provocam mudanças nas

formas familiares de produção, mas “não produzem uma ruptura total e definitiva com as formas

“anteriores”, gestando, antes, um agricultor portador de uma tradição camponesa”. É essa herança

da cultura camponesa, que se reproduz atualmente, que é vista como uma das fontes da

sustentabilidade das formas familiares de produção agropecuária.

Combinados o conjunto de políticas públicas e as estratégias de reprodução da agricultura familiar

na região oeste de Santa Catarina (construção de novos sistemas de produção e/ou migração)

resultou em uma realidade atual de um espaço rural com menos gente, envelhecimento e

masculinização de sua população. Trazendo para o centro do debate a preocupação com a

reprodução futura destas unidades de produção. Portanto a dimensão da sustentabilidade apontada

por Seguezzo (2014) como da permanência se torna um dos temas de maior preocupação em

relação a sustentabilidade do meio rural da região.

A sucessão das unidades da agricultura familiar é um tema que intriga pesquisadores, formuladores

de políticas públicas e o conjunto dos movimentos sociais do campo. Este tema ganhou visibilidade

nas últimas duas décadas a partir da intensificação do êxodo da juventude rural e, da revelação da

mesma, do desejo de não permanecer trabalhando na agricultura. Um conjunto de trabalhos e

estudos tem sido realizados e publicados nos últimos anos sobre o tema. Neste contexto os

trabalhos realizados por Abramovay et al (1998), Silvestro (2001), Stropassola (2002) no oeste

catarinense foram pioneiros. Estes estudos tem apresentado um profundo diagnóstico da situação

sócio econômica sobre o tema e apontado as mudanças que vem ocorrendo no momento atual

destes processos. Após estes trabalhos uma sucessão de pesquisas e estudos foram realizados na

região e em todo o país sobre este tema. Sendo este atualmente o principal desafio em debate

sobre o futuro da agricultura familiar na região oeste catarinense.

2. OBJETIVO

Apresentar como o tema da agricultura familiar no oeste catarinense se relaciona com as discussões

em torno da sustentabilidade, com destaque para a questão da reprodução intergeracional das

unidades de produção familiar.

3. MÉTODO DE PESQUISA

A pesquisa classifica-se como descritiva com abordagem qualitativa. Para analise do tema da

sustentabilidade utilizou-se das cinco dimensões da sustentabilidade descritas por Seguezzo

(2009). Sobre o tema da agricultura familiar no oeste catarinense e a relação com a sustentabilidade

se utilizou de pesquisa bibliográfica. Já em relação a reprodução intergeracional das unidades de

produção familiar os sujeitos pesquisados foram 54 jovens, agricultores, participantes do projeto:

fortalecimento da juventude rural no oeste catarinense. Projeto de pesquisa e extensão,

desenvolvido no âmbito da Universidade Federal da Fronteira Sul – UFFS. Os dados e informações

que serão utilizados aqui foram coletados em dois momentos distintos: 1) no inicio do projeto (2015)

em questionário aplicado aos participantes do projeto; 2) em relatório de visitas de campo com o

tema de gestão nas unidades familiares, realizadas em agosto de 2016. Estes relatos foram

individuais de forma escrita e em apresentação de trabalho gravada durante aula. Partes dos dados

desta pesquisa já foram publicados em outros trabalhos do grupo do projeto (COLETTI et al , 2016

e DENTZ et al, 2016).