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Figura 3:
Distribuição por categorias – LEED for Healthcare e AQUA para Organizações de Saúde
Fonte: Elaborada pelos autores (2016)
A análise dos gráficos elaborados apresentou interessantes resultados através da avaliação global
da distribuição dos critérios, na qual observou-se o peso de cada categoria com destaque para as
categorias de Gestão e Qualidade dos Serviços e Energia, que apresentaram o maior número de
critérios, e que demonstra a importância desses aspectos nas certificações ambientais. A RDC nº
50 foi o sistema com a mais baixa pontuação de critérios contemplados, provavelmente porque a
normativa brasileira não possui como objetivo principal os aspectos ambientais do espaço
construído, abordando de maneira muito sucinta e superficial alguns aspectos de conforto. O que
permite já destacar diversos itens que devem ser ampliados na revisão da norma, como as
questões de Gestão, Energia e Água, três grandes categorias que precisam ser valorizadas no
planejamento do edifício hospitalar.
As certificações LEED for
Healthcare
e BREEAM for
Healthcare
ficaram bem equilibradas e a
certificação AQUA foi o sistema mais abrangente entre os pesquisados. Isso se deve,
provavelmente, ao fato da certificação AQUA ser adaptada para a realidade brasileira, com
embasamento de referências nas normativas brasileiras, como a própria RDC n° 50 analisada na
pesquisa, a RDC n° 306 e a NBR 9050.
O sistema AQUA, inclusive, utiliza-se dos critérios do outro regulamento brasileiro, o RTQ -
Regulamento Técnico da Qualidade para o Nível de Eficiência Energética de Edificações, como
embasamento para alguns dos critérios. Outro importante diferencial é a obrigatoriedade de
atender todas as categorias da certificação, o que permite, com atendimento mínimo em todos os
critérios, maior flexibilidade às soluções de projeto, que podem ser adotadas de acordo com o
contexto, considerando aspectos particulares do ambiente construído.
5. CONCLUSÕES
Sendo o edifício hospitalar um projeto complexo pelo seu extenso programa de necessidades,
torna-se tarefa necessária atender aos preceitos de sustentabilidade, pois enquanto os sistemas
de saúde forem apenas consumidores de recursos não renováveis, o sistema falha em se adequar
aos desafios atuais relacionados à conservação e o uso eficiente dos recursos naturais.
A elaboração deste trabalho teve o objetivo de desenvolver uma contribuição prática,
principalmente porque beneficiará o desenvolvimento adequado dos projetos de EAS, atendendo
às normas e respeitando o meio ambiente, contando também com a ampliação dos processos de
certificação dos projetos de saúde e o aprofundamento dos debates sobre a revisão das
Normativas Brasileiras, especificamente a RDC n°50/2002 - ANVISA. Em sua contribuição teórica,
poderá ampliar o campo das pesquisas vinculadas aos ambientes hospitalares, com foco na
sustentabilidade dos edifícios de saúde.