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sendo um sistema voluntário e aplicável a qualquer tipo de construção, em qualquer fase do
empreendimento.
A fim de ampliar sua aplicabilidade, o LEED foi ramificado em sistemas distintos para servir a
edifícios de diferentes funções, como o LEED for Healthcare, com metas e créditos específicos de
cada categoria. O LEED for
Healthcare
é a certificação que engloba todas as necessidades de um
hospital, muito distintas das de uma construção comercial. A versão tem critérios específicos, por
exemplo, em relação à qualidade do ar, aos materiais e à acústica (GBC BRASIL, 2016).
Hoje, no contexto brasileiro dos projetos na área de saúde, as unidades Morumbi e Perdizes do
Hospital Israelita Albert Einstein, o Hospital Sírio Libanês, as unidades Alphaville e Rochaverá do
Fleury, Hospital Alemão Oswaldo Cruz e o laboratório Boehringer Ingelheim já receberam a
certificação LEED.
1.2.3 AQUA para organizações de saúde
O processo AQUA (Alta Qualidade Ambiental), lançado em 2008 pela Fundação Alberto Vanzolini,
foi o primeiro referencial brasileiro para avaliação e certificação do desempenho ambiental de
edifícios, baseado na certificação HQE (
Haute Qualité Environmentale
)
,
desenvolvida pelo Comitê
Científico da Tecnologia da Construção (CSTB), da França.
Assim como o HQE, o AQUA procura estabelecer diretrizes para o processo de gestão do projeto
como um todo e está dividido em dois elementos estruturadores para a certificação: Sistema de
Gestão do Empreendimento (SGE), que avalia o sistema de gestão ambiental implementado pelo
empreendedor, representando uma garantia do alcance do desempenho estabelecido na etapa
inicial de projeto; e a Qualidade Ambiental do Edifício (QAE), que avalia o desempenho
arquitetônico e técnico do empreendimento (AQUA, 2011).
O processo AQUA possui referenciais técnicos específicos para cada tipologia, incluindo para as
Organizações de Saúde. Esse último, lançado em 2011, já possui algumas obras certificadas,
como o Instituto de Oncologia Santa Paula, que faz parte do complexo hospitalar Santa Paula/SP,
inaugurado em 2013, primeiro edifício hospitalar no Brasil com essa certificação.
2. OBJETIVO
Para os edifícios hospitalares inexiste, até o momento, um consenso entre as organizações de
saúde sobre quais caraterísticas as construções devem ter para serem consideradas mais
sustentáveis, por isso a importância de pesquisas que tenham como foco principal do estudo
responder à seguinte questão: como os edifícios hospitalares podem se adequar ao meio
ambiente?
Este trabalho se propõe a estudar a relação entre os edifícios hospitalares e o meio ambiente, no
que concerne ao projeto de EAS, desenvolvendo uma análise comparativa das normativas
brasileiras voltadas para os EAS e das normas internacionais de certificação (AQUA, BREEAM e
LEED).
3. MÉTODO DE PESQUISA
Para a elaboração da pesquisa, realizou-se inicialmente um levantamento do referencial
bibliográfico disponível sobre os temas de sustentabilidade e arquitetura hospitalar, com ênfase
nas normativas brasileiras, e nos processos de certificação voltados especificamente para a área
da saúde, para obter a maior abrangência possível dentro desses temas.
Assim se definiu o método de pesquisa como uma
análise comparativa
, organizado o material
obtido na revisão bibliográfica através do agrupamento de dados. Foi elaborado um quadro