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entender o potencial para implantar assentamentos urbanos sustentáveis com soluções simples,
capazes de resolver vários problemas de uma só vez, ou várias soluções combináveis entre si. Tais
princípios são: proteção ecológica (biodiversidade), adensamento urbano em área centrais,
revitalização urbana de áreas degradadas, implantação de centros de bairro e desenvolvimento da
economia local, implementação de transporte sustentável e moradias economicamente viáveis,
comunidades com sentido de vizinhança, tratamento de esgoto alternativo, drenagem natural,
gestão integrada da água, energias alternativas e, finalmente, as políticas baseadas nos 3R’s
(reduzir, reusar e reciclar). Eles são úteis na fase de diagnóstico da região para identificação de
impactos e conflitos socioambientais e proposição de diretrizes.
Os trabalhos do grupo Periférico têm como fundamentos para aplicação de “códigos geradores” de
soluções para o processo de desenvolvimento dos projetos os padrões desenvolvidos por Alexander
et al (1977) e padrões dos ecossistemas urbanos desenvolvidos por Andrade (2014).
Este grupo, iniciado em 2013, com orientações de trabalhos finais de graduação no formato de
extensão, procura trabalhar de forma participativa, com demandas reais de temas ainda marginais,
ainda pouco abordados nos cursos de arquitetura (urbanismo periférico, circuito cultural,
assentamentos e habitações sociais rurais, espaços socioprodutivos rurais, centros comunitários,
parques urbanos, praças abandonas, vias e becos), articulando coletivos existentes envolvendo as
comunidades no processo de elaboração de projetos de arquitetura e urbanismo.
2. OBJETIVO
Este artigo tem com objetivo analisar os trabalhos de urbanismo emergente do grupo Periférico da
FAU/ÚnB sob a ótica das dimensões da sustentabilidade urbana desenvolvida por Andrade e Lemos
(2015): social, ambiental, econômica, cultural e afetiva. Pretende-se demonstrar a avaliação sob a
ótica da sustentabilidade e da qualidade da forma urbana de três trabalhos realizados pelo grupo
no âmbito dos espaços públicos, “Circuito Cultural e de Lazer em Valparaíso de Goiás”, “A Rua do
Jovem do Varjão” no Distrito Federal e o “Manual de Táticas Urbanas Emergentes sob a perspectiva
de gênero” no Plano Piloto.
3. METODOLOGIA
Dos 4 eixos de transformação citados anteriormente de Montaner e Muxí (2013), igualdade,
diversidade, participação e sustentabilidade, devido ao espaço restrito, neste artigo pretende-se dar
ênfase ao eixo da sustentabilidade urbana, considerando a configuração dos espaços públicos,
porém, os outros três perpassam esta temática. O método de avaliação da sustentabilidade urbana
desenvolvido por Andrade e Lemos (2015) está baseado em quatro estudos, a saber:
(1) as inovações-chave para aproximar a sinergia entre as agendas Verde e Marrom do documento
Informe Global da ONU-Habitat de 2009 e ferramentas de avaliação de impactos ambientais no
contexto urbano (AIA, EIA-Rima, EIV).
(2) os princípios de sustentabilidade estudados por Andrade (2005) para mediar conflitos entre os
atributos próprios das agendas Verde e Marrom no Brasil e promover a reabilitação sustentável dos
assentamentos urbanos;
(3) a metodologia das Dimensões Morfológicas do Processo de Urbanização do grupo DIMPU
(Holanda e Kohlsdorf 1984; Kohlsdorf, 2006; Holanda, 2013), que consiste na avaliação do espaço
quanto ao desempenho da forma urbana incidente nas expectativas sociais; e por fim,
(4) alguns critérios de certificação de empreendimentos verdes que estão sendo aplicados no Brasil
(Selo Azul da Caixa e AQUA para Bairros da Fundação Vazolini, 2012).