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2028

do tipo e nível de formação acadêmica dos respondentes. Assim, mesmo em situações urbanas

que permitam vistas amplas para áreas vegetadas, a preferência por vistas mais próximas ao

espaço urbano, indicam que edifícios mais baixos com apartamentos mais conectados à vida

urbana contribuiriam de forma mais efetiva para a sustentabilidade social do ambiente construído.

5. CONCLUSÃO

A análise da preferência estética por vistas a partir de salas de apartamento situados em edifícios

altos em diferentes contextos urbanos, revela uma clara preferência por vistas amplas, com grande

quantidade de céu visível, principalmente, com elementos naturais em primeiro plano, em

detrimento de vistas reduzidas, desprovidas de céu e com edificações próximas. Também se

destaca a importância da presença de elementos naturais em uma vista, mesmo que esta seja

reduzida. O nível e tipo de formação acadêmica não teve um impacto sobre tais preferências. Estes

resultados corroboram aqueles de outros estudos (p. ex. LYNCH, 1960; NASAR, 1998; KAPLAN;

KAPLAN; RYAN, 1998; REIS; PEREIRA; BIAVATTI, 2010) que indicam que as vistas preferidas

pelas pessoas tendem a se caracterizar pela presença de elementos naturais e por campos visuais

amplos.

Quanto à avaliação estética de vistas para um parque a partir de salas de apartamentos em

diferentes andares de edifícios altos, os resultados revelam uma evidente preferência pela vista a

partir do apartamento no andar mais baixo, com vegetação mais próxima, e com elementos mais

definidos e presença de água, em detrimento das vistas a partir dos apartamentos nos andares mais

altos. A vista no andar mais alto foi a menos preferida, devido a vegetação se encontrar distante e

os elementos na vista terem menos definição. Estes resultados corroboram aqueles citados por

alguns autores (p. ex. KAPLAN; KAPLAN; RYAN, 1998; KAPLAN, 2001) sobre a preferência de

vistas com elementos ou foco de interesse mais definidos, além da presença de água, que

associada à vegetação, intensifica a satisfação com as vistas. Tais preferências não foram afetadas

pelo fato do respondente ser arquiteto, ter outra formação universitária ou não ter formação

universitária. Assim, é possível concluir que a qualidade das vistas para espaços abertos como

parques é claramente mais satisfatória em andares mais baixos do que em andares mais altos.

Logo, o fato dos apartamentos em andares mais altos serem mais valorizados em termo de custo

(SECOVI, 2012), com base nas supostas qualidades das vistas a partir destes andares, não vai ao

encontro dos resultados deste estudo. Ainda, a proliferação de edifícios com grandes alturas (por

exemplo, com 18 pavimentos, limite permitido pelo Plano Diretor em Porto Alegre) tenderá a criar

um impacto negativo, devido ao aumento da quantidade de barreiras visuais, mesmo nas vistas a

partir dos andares mais altos, o que por sua vez, também afeta negativamente a sustentabilidade

social do edifício.

Assim, a análise realizada acerca da qualidade das vistas a partir de salas de apartamentos em

edifícios altos permite, além de reforçar os resultados de estudos realizados em outros contextos

urbanos sobre a importância de vistas amplas e com elementos naturais, uma melhor compreensão

sobre a qualidade de vistas com elementos naturais observados em diferentes distâncias,

contribuindo para a realização de projetos mais sustentáveis socialmente, além de prover subsídios

para legislações urbanísticas que regulem a altura e a inserção de edifícios altos nas cidades.