2025
Os dados de natureza quantitativa provenientes dos questionários, caracterizados como variáveis
nominais e ordinais, foram analisados no programa estatístico SPSS/PC através de frequências e
de testes estatísticos não-paramétricos como: tabulação cruzada (Phi) - revela relações
estatisticamente significativas entre duas variáveis nominais; Kruskal-Wallis - revela a existência de
diferenças estatisticamente significativas entre as avaliações de um mesmo aspecto (variável
ordinal) por três ou mais amostras independentes (variável nominal) e Kendall W – revela a
existência de diferenças estatisticamente significativas entre as avaliações de três ou mais aspectos
ou amostras dependentes (variável ordinal) por um mesmo grupo (variável nominal) (LAY; REIS,
2005).
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
4.1 VISTAS A PARTIR DE EDIFÍCIOS ALTOS EM DIFERENTES CONTEXTOS URBANOS
No ordenamento da preferência, pelo total de respondentes (123), das seis vistas a partir de edifícios
altos (Figura 1), a vista mais preferida foi a vista 3 (Tabela 1), em razão, principalmente, da “vista
ampla”, da “existência de vegetação” e da “existência de céu visível”. Em segundo lugar aparece a
preferência pela vista 1, que representa a vista ampla para a cidade com grande quantidade de céu
visível, seguida da vista 6 que representa uma vista mais reduzida, mas com vegetação em primeiro
plano. A vista 5 com grande quantidade de edificações a uma distância média ficou em quarto lugar
no ordenamento, seguida da vista 2 que representa uma vista reduzida com edificações a uma
distância média. A vista menos preferida quanto à aparência foi a vista 4, devido, principalmente à
“inexistência de céu visível”, à “vista reduzida” e à “existência de edificações próximas”. Tais
justificativas revelam a importância da qualidade ambiental atrelada à existência de vegetação e
maior espaçamento entre as edificações para uma maior satisfação dos usuários com o espaço
urbano, impactando positivamente na sustentabilidade social.
Tabela 1:
Ordem de preferência das vistas a partir de edifícios altos quanto à aparência
Ordene as vistas, da 1 a 6, da mais para a menos preferida quanto à aparência:
Total da amostra – 123 respondentes
Vista 3
Vista 1
Vista 6
Vista 5
Vista 2
Vista 4
P
705
588
455
426
254
176
mvo-K
5,69
4,74
3,67
3,44
2,05
1,42
1º lugar
94 (75,2)
18 (14,4)
12 (9,6)
0 (0,0)
1 (0,8)
0 (0)
2º lugar
24 (19,2)
72 (57,6)
19 (15,2)
4 (3,2)
4 (3,2)
2 (1,6)
3º lugar
4 (3,2)
29 (23,2)
33 (26,4)
53 (42,4)
4 (3,2)
2 (1,6)
4º lugar
1 (0,8)
4 (3,2)
41 (32,8)
59 (47,2)
16 (12,8)
4 (3,2)
5º lugar
1 (0,8)
2 (1,6)
14 (11,2)
5 (4,0)
73 (58,4)
30 (24,0)
6º lugar
0 (0)
4 (3,2)
5 (4,0)
2 (1,6)
29 (23,2)
85 (68,0)
Notas
:
P=pontuação total recebida [variando da maior (6 pontos) para a menor (1 ponto) preferência por cada respondente]; mvo K=
média dos valores ordinais obtida pelo teste Kendall’s W (os valores maiores referem-se às vistas mais preferidas); a comparação entre
os valores mvo K deve ser feita na horizontal entre as vistas; os valores entre parênteses referem-se aos percentuais em relação ao
total de respondentes que ordenou a vista na posição em questão.
Na análise da ordem de preferência (Tabela 2) das seis vistas (Figura 1) pelos três grupos de
respondentes – arquitetos, não arquitetos com curso universitário e pessoas sem formação
universitária - a vista mais preferida quanto à aparência é a vista 3, que representa uma vista ampla
para a cidade com vegetação em primeiro plano, enquanto que a vista menos preferida é a vista 4,
vista reduzida e com edificação próxima (Tabela 2). Os resultados revelam uma clara preferência
pelas vistas amplas, com grande quantidade de céu visível, em especial aquelas com vegetação