Table of Contents Table of Contents
Previous Page  1972 / 2158 Next Page
Information
Show Menu
Previous Page 1972 / 2158 Next Page
Page Background

1972

As medições foram feitas nos períodos da manhã (6h00 – 9h00) e da tarde (13h00 – 16h00). Deste

modo, foi possível observar a amplitude térmica entre o período da manhã e da tarde para um

mesmo ponto. Também, procurou-se escolher dias com tempo estável e aberto, a fim de se obter

resultados representativos de um mesmo dia típico. Os valores obtidos variam de ponto a ponto,

mostrando assim as peculiaridades do desempenho climático de cada seção viária em estudo. Uma

amostra de três pontos foi selecionada do total dos pontos analisados para ser discutida a seguir e

representam situações espaciais típicas, caracterizadas por fatores H/W (High/ Width) e de Visão

do Céu variáveis. A discussão visa ressaltar os efeitos da variabilidade morfológica do tecido urbano

sobre o clima da região. Apesar da proximidade dos pontos de medição, as três situações espaciais

selecionadas apresentam resultados climáticos diversos.

Diferenças tangíveis ocorrem especialmente entre os pontos P20 e P35, cujo valor de H/W dos

respectivos cânions é 0,5, e o ponto P34, em que H/W vale 3,5 (Tabelas 5 e 6). Neste último ponto

(P34), a amplitude térmica é maior, principalmente ao se analisar a sensação térmica (18°C) e a

temperatura superficial da via asfáltica (19°C); por outro lado, no ponto P35, a amplitude da

sensação térmica é a metade do ponto anterior (9°C), e a da temperatura superficial é reduzida a

16°C. A diferente configuração do cânion participa na geração dessas diferenças climáticas e,

portanto, na modificação do microclima local. Com isso, o grande volume de materiais com altas

emissividades que caracterizam essas situações espaciais e a influência da ilha de calor urbano

também contribuem para acentuar a amplitude térmica observada.

As diferentes configurações espaciais afetam também os valores de iluminância (Tabela 6). O ponto

P20, na parte da manhã, recebe iluminância média da ordem de 5400 lux, enquanto o ponto P35

recebe cerca de 4000 lux. Tal fato é condicionado pela orientação dos prédios ao redor dos pontos

medidos; enquanto o ponto P20 não apresenta obstruções construídas em direção Leste,

recebendo o sol matinal, o ponto P35 é cercado por edificações muito próximas a ele (Figura 4). A

consequência é verificada na sensação térmica medida na parte da manhã (28,49ºC no ponto P20

e de 18,22ºC no ponto P35). Esta diferença de cerca de 10ºC é considerável, visto que a

temperatura do ar apresentou uma diferença de apenas 0,5ºC entre os dois pontos.

Figura 5: Fator de Visão do Céu respectivamente nos pontos P20, P34 e P35.

4. MOBILIDADE URBANA

Uma forma de avaliar as condições de mobilidade é por meio dos Níveis de Serviço (HCM, 2010;

DNIT 2010, Tabela 7). A Figura 5 localiza os pontos de contagem do fluxo de veículos, pedestres e

bicicletas, nos horários de pico da manhã e da tarde, em dias úteis, durante o mês de agosto de

2016.