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1908

research contributes to the discussion of walkability and established guidelines to improve active

mobility for a more sustainable environment.

Keywords

: built environment, perception, walkability, NEWS, sustainable urban mobility.

1. INTRODUÇÃO

As discussões sobre mobilidade urbana, de acordo com Maricato (2014), têm sido baseadas no

transporte rodoviarista, que prioriza o transporte individual em detrimento ao transporte público

coletivo, sendo um dos maiores fatores que corroboram para a condição desfavorável à qualidade

de vida na cidade. Portanto, considerando a área destinada aos espaços públicos, nos grandes

centros urbanos, as vias para automóveis ocupam em média 70% da área, segundo o Instituto de

Energia e o Meio Ambiente (2010).

O espaço das cidades dá o suporte, ao longo do tempo, para inúmeras transformações e evoluções

de elementos da convivência humana. Contudo, de acordo com Gehl (2010), a escala humana, por

décadas vem sendo ignorada enquanto outras questões, como o tráfego de automóveis são

prioridades. Nessa discussão, o deslocamento a pé não tem sido considerado de grande relevância,

embora diversas pesquisas apontam a correlação entre a forma do ambiente construído como

suporte às cidades mais caminháveis.

Soma-se que o deslocamento a pé é um fator importante para a promoção da prática de atividade

física sendo uma das principais recomendações para doenças provenientes do sedentarismo, como

por exemplo obesidade e doenças cardíacas. De acordo com Malavasi (2006), a busca das razões

para a falta de aderência à prática de atividades físicas instiga vários pesquisadores a procurarem

respostas. Entre elas, emerge a discussão do ambiente construído como suporte para a

caminhabilidade. Estudos indicam que pessoas que vivem em bairros tradicionais, com maior

densidade residencial, uso de solo misto (residencial e comercial) e ruas padrões com quarteirões

de dimensões menores, deslocam-se mais a pé e de bicicleta. (SAELINS et al., 2003).

Entre as discussões de configuração urbana, o desenvolvimento de

Walkability Index

tem se

tornado um indicador para a análise das características do ambiente construído consideradas de

maior influência positiva sobre os níveis de atividade física (ELLIS et al., 2015).

No entanto, existem questionamentos sobre a relação entre atributos físicos e comportamentais

(HANDY et al., 2002; SAELENS et al., 2003). Desta forma, esta pesquisa utiliza um dos

instrumentos de medição da percepção dos moradores, o NEWS (Neighborhood Environment

Walkability Scale). Esse instrumento, segundo Saelens et al (2003) foi desenvolvido nos Estados

Unidos e obteve seus valores para testes e retestes classificado de moderado a alto, evidenciando

a sua validade. Já foi aplicado em Adelaide- Austrália (CERIN; LESLIE; BAUMAN, 2008); Kansas-

EUA; (KACZYNSKI,2010); Singapura (NYUNT, et al, 2015) e, nas capitais brasileiras de Curitiba e

Vitória (GOMES, et al, 2011). Segundo esses estudos, a percepção dos moradores pode variar de

acordo com os contextos socioculturais, econômicos e de configuração urbana, sugerindo a

aplicação do instrumento em diversos países, em cidades de dimensões diferenciadas.

Assim, esta pesquisa contribui para a inserção dos componentes percebidos pelos moradores nas

discussões de mobilidade ativa e, podem apontar diretrizes de caminhabilidade na organização de

setores urbanos, principalmente em cidades de porte médio brasileiras.