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mesmo horário. Pode-se inferir que esses modelos apresentam um bom desempenho lumínico no

interior da sala de aula associado a um maior conforto térmico ao ambiente.

Como o objetivo do trabalho foi a avaliação do comportamento da luz natural frente a aplicação de

obstáculos externos, simulou-se também cenários com a utilização de prateleiras de luz, balcão

refletor e a associação de prateleira de luz com proteção horizontal. Dentre os três a utilização do

balcão refletor atingiu os maiores níveis médios de iluminação chegando a 1022 lux às 9h com céu

claro, seguida da prateleira de luz com 356 lux às 9h com céu parcialmente encoberto e 332 lux às

9h com céu claro com a utilização de prateleira de luz conjugada ao brise horizontal. Embora o

emprego de balcão refletor apresente uma boa performance em redução de contrastes em pontos

mais próximos as aberturas, Fassina, Laranja (2016) já haviam apontado em seu estudo sobre

elementos de fachada e seu desempenho na iluminação natural em salas de aula, a necessidade

do uso de dispositivos que bloqueiem a luz direta para dentro do ambiente.

Já o uso das prateleiras além de bloquear parcialmente a incidência direta dos raios com maior

altura solar, uniformizam mais os níveis de iluminância no interior do ambiente, o que corrobora com

Maioli; Taufner; Alvarez (2014) que apontaram em seu trabalho que o uso de prateleiras de luz é

eficiente na distribuição das iluminâncias principalmente em ambientes em profundidade. Por fim, o

cenário que apresenta a utilização de prateleira associada com dispositivos de proteção solar, tais

como brises horizontais obteve o melhor desempenho lumínico considerando a fachada norte,

através da melhor distribuição da luz natural no interior da sala de aula e ao conforto térmico

necessário a essa orientação.

Em relação as simulações dos oito cenários considerando orientação sul percebe-se que os níveis

de iluminância médios são bem menores do que os encontrados na orientação norte sendo o valor

médio máximo encontrado nessa fachada cinco vezes menor do que o valor médio máximo

encontrado ao norte. Outro fato interessante é que enquanto os maiores níveis de iluminação nos

cenários norte foram predominantemente encontrados às 9h de céu claro, com exceção ao cenário

envolvendo o uso de brises horizontais, na fachada sul os maiores índices se deram às 9h com céu

parcialmente encoberto. Relata-se também uma menor variação entre os valores médios de

iluminância ao sul do que ao norte, registrando o máximo valor médio encontrado de 347 lux na

presença de balcão refletor e o mínimo valor médio de 191 lux com o beiral. Ainda na orientação

sul, têm-se zonas mais escuras no fundo das salas de aula principalmente em se tratando de céu

claro e céu parcialmente encoberto, quando comparados aos mesmos resultados a norte, chegando

a níveis inferiores a 10 lux no cenário envolvendo muro lateral a 1,5m de distância. Já os resultados

com céu encoberto foram bem similares nas duas fachadas simuladas.

No tocante aos cenários com melhores performances na orientação sul, tem-se o uso de balcão

refletor, prateleira de luz e brise vertical, com médias de iluminância de 347, 231 e 227 lux

respectivamente, e melhor distribuição da luz o que reforça o benefício desses instrumentos para

ambientes internos voltados para essa orientação.

Destaca-se a importância da eleição pelo projetista dos elementos arquitetônicos adequados a

serem utilizados no planejamento da edificação, visando um melhor desempenho lumínico e térmico

associado a orientação e as condições do local. Em se tratando de salas de aula, esses aspectos

são diretrizes fundamentais, pois ambientes escolares confortáveis interferem na aprendizagem e

na saúde dos seus usuários.