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Figura 1 – Implantação do loteamento PAC/Anglo, com destaque para as 90 unidades habitacionais
com tipologia “em fita” e diagrama da casa padrão, de 36m².
Sinônimo de conquista e luta, as primeiras casas foram entregues em 2012,
Entretanto, apesar desta comunidade organizada, o projeto da área, iniciado em
2007 após o levantamento cadastral, não levou em conta o perfil das famílias,
aplicando um único projeto padrão de unidade habitacional de 2 dormitórios de
36,90 m2 [...] Moradias não adequadas ao perfil de um quinto das famílias já
apresentam construções irregulares e grande parte das unidades se apropriaram
do espaço frontal (MEDVEDOVSKI, 2014, p.63, 70).
Pouco tempo depois da entrega e ocupação das primeiras unidades, começaram as interferências
individuais de expansão das unidades, seja para promover adequações às necessidades das
famílias, seja para imprimir a marca pessoal na arquitetura anônima. As unidades habitacionais,
concebidas à luz dos conceitos de alta compartimentação e “habitação mínima”, não adotou
nenhum instrumento de incentivo ao crescimento posterior, à flexibilidade construtiva ou à
personalização das moradias, sendo um fenômeno inevitável diante da enorme capacidade de
mutação e dinamismo do espaço residencial unifamiliar. Essa espontaneidade construtiva é,
portanto, a prova de que o tecido urbano é um ecossistema que, a partir das necessidades
humanas, se modifica ininterruptamente e transforma o seu
biotipo
, suporte físico que a compõe.
Segundo Ruano (1999), a
participação
e a espontaneidade são pilares da sustentabilidade,
permitindo práticas favoráveis à constituição de um biótipo que ampare essas necessidades. O
controle absoluto do tecido urbano é uma contradição diante de um meio urbano que dispõe de
problemas sociais, cujos projetistas exógenos à comunidade, não conseguem decifrar plenamente
os códigos, as necessidades e os anseios dos habitantes. Lay e Reis (2010) reforçam a importância
da sustentabilidade social na qualidade de vida do ser humano, à luz de uma abordagem cultural e
da constituição de um ambiente habitacional que propicie o comportamento humano adequado e a
satisfação dos residentes, considerando os vários aspectos pertinentes à produção de projetos
habitacionais, o oposto ao
determinismo arquitetônico e social
tão usual em projetos de habitação
social.
Nesse sentido, esse trabalho aponta estratégias de personalização de fachadas na habitação social
que precisam ser consideradas no processo de projeto, de modo a qualificar a habitação.