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componentes, sistemas e equipes envolvidas no projeto são escolhidos. A FCAV e CERWAY (2014)
definem, quanto aos materiais, que todos devem estar em conformidade com sistemas de
reconhecimento de qualidade (certificações, provas de conformidade à norma, pareceres técnicos)
ou, deve-se realizar ensaios de laboratório acreditados pelo Inmetro. Para madeiras nativas, é
necessário o DOF e certificação em todas as etapas e processos: desde produtos estruturais,
esquadrias e revestimentos até o controle do canteiro de obras.
Nota-se que, apesar de cada certificação possuir um sistema de avaliação diferente, a parte que se
refere à escolha dos materiais é semelhante. Não há a indicação de nenhum material em particular,
sendo exigido, no entanto, algum documento ou certificação que ateste sua qualidade e sua
conformidade com padrões sustentáveis. No caso específico da madeira é exigido no mínimo o
Documento de Origem Florestal, sendo que, em alguns casos, como o LEED, há a exigência da
certificação florestal FSC.
4.3 Associações da cadeia produtiva da madeira
As associações representam um grupo de empresas ou indivíduos com objetivos e interesses em
comum. No caso da madeira, existem associações representantes de diversas etapas da cadeia
produtiva, desde os produtores florestais como a PFCA (Associação dos Produtores Florestais
Certificados da Amazônia) no caso das florestas naturais e a SBS (Sociedade Brasileira de
Silvicultura) no caso das florestas plantadas, até os diversos setores industriais à que se destinam
a madeira, como a ABIMCI (Associação Brasileira da Indústria de Madeira Processada
Mecanicamente) e a ABIPA (Associação Brasileira da Indústria de Painéis de Madeira). Essas
associações são formadas com o objetivo de unificar empresas e pessoas que atuam num
determinado setor, visando o suporte mútuo entre os membros e a luta por seus interesses.
Portanto, as associações do setor madeireiro atuam na divulgação da madeira como material
sustentável através de ações como a publicação de material informativo (relatórios, livros, artigos,
vídeos), participação em eventos da construção civil e incentivo à legalização e certificação dos
produtos às empresas associadas.
4.4 Articulação entre os agentes
As certificações ambientais de edificações, as certificadoras de produtos florestais e as associações
representantes da cadeia produtiva da madeira têm como ponto em comum o fomento da madeira
de origem controlada como material sustentável para a construção civil. Em decorrência desta
interseção existem algumas articulações ocorrendo entre esses agentes, como por exemplo a
relação entre o certificação LEED e a FSC, assim como do Selo Casa Azul e o Programa Madeira
é Legal. O Programa Madeira é Legal é, em si, um exemplo de articulação entre agentes, resultado
da parceria de diversas entidades, reunindo além de associações ligadas ao setor madeireiro,
representantes do governo do estado de São Paulo, do setor da construção civil e da sociedade
civil. Entre estes, destacam-se a Secretaria do Meio Ambiente (SMA), Associação Brasileira dos
Escritórios de Arquitetura (ASBEA), Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São
Paulo (SindusCon-SP), Conselho Brasileiro de Construção Sustentável (CBCS), Conselho
Brasileiro de Manejo Florestal (FSC-Brasil) e WWF-Brasil. Criado em 2009 com o objetivo de
combater a exploração predatória e ilegal dos recursos das florestas brasileiras através do incentivo
ao uso de madeira legal e certificada, baseado na constatação da complexa relação entre o
desmatamento da floresta amazônica e a comercialização de madeira de origem ilegal no estado
de São Paulo (WWF BRASIL, 2015). Entre as suas ações estão a publicação de diversos materiais
informativos que já somam mais de 20 com títulos como "Manual do Uso Sustentável da Madeira",
"Catálogo de Madeiras Brasileiras para a Construção Civil" e "Cenário da Madeira FSC no Brasil