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BREEAM (Building Research Establishment Environmental Assessment Method), desenvolvido na

Inglaterra inicialmente como BRE (Building Research Establishment) em 1990.

No Brasil, a mais utilizada e conhecida é a certificação LEED (Leadership in Energy and

Environmental Design), gerenciada pelo GBC Brasil, sendo uma certificação internacional aplicada

em mais de 160 países. Criado pelo USGBC (United States Green Building Council) como um

sistema de classificação de edifícios “verdes”, ele se baseia em normas e padrões americanos para

o desenvolvimento de edifícios sustentáveis e de alto desempenho através de pontuação de

créditos (PICCOLI, KERN e GONZÁLEZ, 2008). Essa certificação incentiva transformações em

projeto, obra e operação de edificações enfocando sempre a sustentabilidade de modo a trazer

benefícios econômicos, ambientais e sociais. Para tal, um dos pontos assinalados é referente à

“Materiais e Recursos” e assinala a importância da escolha destes itens em todo o processo

construtivo.

Para o LEED, os materiais utilizados precisam, necessariamente, receber certificação reconhecida

internacionalmente, dando preferência a materiais locais ou facilmente renováveis. No caso da

madeira, é exigida a apresentação de certificação FSC, evidenciando o vínculo entre as duas

certificações. Também sob o comando do GBC Brasil, o Referencial Casa foi desenvolvido em 2012

visando a certificação de edificações de uso residencial (GREEN BUILDING COUNCIL BRASIL,

2014). Devido à sua origem, a abordagem adotada é a mesma da certificação LEED. Em relação à

madeira diferencia-se apenas na exigência de madeira legalizada através do DOF ao invés de

certificada já que é uma certificação especificamente brasileira.

Também voltado especificamente para o contexto habitacional, há o Selo Casa Azul, anterior ao

Referencial Casa. Criado em 2010 pela Caixa Econômica Federal com apoio de professores da

Escola Politécnica da USP, Universidade Federal de Santa Catarina e Universidade Estadual de

Campinas, é uma ferramenta de incentivo ao uso racional de recursos naturais na construção,

redução da manutenção e despesas dos usuários e conscientização de empreendedores e

moradores sobre as vantagens das construções sustentáveis. De acordo com o Guia, dentre o

conjunto de medidas a serem implementadas está a redução do consumo de materiais na

construção através de melhorias no projeto e a seleção de métodos construtivos cujo desempenho

seja adequado e com menores índices de perda(CAIXA ECONÔMICA FEDERAL, 2010).

Segundo a Caixa Econômica Federal (2010), a categoria “Qualidade dos materiais e componentes”

é um dos itens obrigatórios para obtenção do Selo Casa Azul. Quanto à utilização da madeira, os

projetos candidatos à certificação devem apresentar, até o final da obra, o Documento de Origem

Florestal (DOF), atender regras do Programa Madeira é Legal e, ainda, declarar o volume, espécies

e destinação da madeira utilizada em todas as etapas da obra.

Muitas das formulações apresentadas pelo Selo Casa Azul são herança de uma certificação

nacional anterior, o AQUA-HQE. Lançado em 2008 pela Fundação Vanzolini em parceria com a

certificação francesa HQE (Haute Qualité Environnementale) tem a proposta de adequar os

referenciais técnicos à cultura, clima, normas e regulamentações brasileiras, buscando melhorias

contínuas do desempenho das construções de acordo com a sustentabilidade. Aplicado tanto em

construções novas quanto em reformas e reabilitações, o processo se divide no Sistema de Gestão

do Empreendimento (SGE) em que é possível planejar, operar e controlar as etapas de

desenvolvimento do projeto; e na Qualidade Ambiental do Edifício (QAE) que define o padrão de

desempenho de acordo com uma série de aspectos e critérios (FCAV E CERWAY, 2014).

A QAE-HQE assinala 14 categorias de avaliação e, a partir disso, classifica qualitativamente o

edifício em MP (melhores práticas), BP (boas práticas) e B (base). Existe, assim como assinalado

nos outros processos de certificação, uma categoria específica para materiais de construção:

“Escolha integrada de produtos, sistemas e processos construtivos”, na qual todos os produtos,