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manutenção deles úmidos nos primeiros 7 dias, eles devem ser enviados para análise laboratorial,

para determinação da resistência à compressão e da absorção de água. O preparo da mistura pode

ser realizado de forma manual ou mecânica, e pode-se incorporar outros materiais à mistura, como

rejeitos industriais. As características do material resultante podem variar devido aos seguintes

fatores: “a dosagem do cimento, a natureza do solo, o teor de umidade e o grau de compactação.”

(LIMA, 2013, p. 11).

O solo-cimento é um material de grande potencial para aplicação na construção de habitações

populares, pois, de acordo com a ABCP (1986), permite a redução dos custos em até 40%, já que

o material empregado em maior quantidade é o solo. Cordeiro, Conceição e Lima (2006) destacam

também que, por se tratar de alvenaria modular, há uma redução do desperdício e uma relativa

eficiência na construção, devido ao fato dos blocos serem encaixados ou assentados com pouca

quantidade de argamassa e, de possuírem furos internos, sem necessidade de cortes e quebras

para a passagem de tubulações e instalações hidráulicas.

1.2 Desempenho de sistemas construtivos

A NBR 15.575 (ABNT, 2013b) tem como objetivo regular e avaliar o desempenho de edificações

habitacionais, independente da solução técnica utilizada, ou seja, dos seus materiais constituintes

e do sistema construtivo. Seu enfoque está nas exigências dos usuários para a edificação

habitacional e seus sistemas, quanto ao seu comportamento em uso e não na prescrição de como

os sistemas são construídos. Estruturada em três áreas, aborda exigências relativas à segurança,

habitabilidade (estanqueidade, desempenho térmico, desempenho acústico, desempenho lumínico,

saúde, higiene e qualidade do ar, funcionalidade e acessibilidade, conforto tátil e antropodinâmico)

e sustentabilidade (durabilidade, manutenibilidade e impacto ambiental).

Hattge (2004) realizou um estudo comparativo da permeabilidade de alvenarias em blocos

cerâmicos e alvenarias em blocos de concreto, a fim de analisar seu desempenho quanto à

penetração de umidade. Para isso, utilizou três métodos de ensaio para avaliação de estanqueidade

à água em paredes: o método do cachimbo preconizado pelo Instituto de Pesquisas Tecnológicas

de São Paulo (IPT), o método para verificação

in situ

da permeabilidade à água de fachadas e

divisórias preconizado, também, pelo IPT e, o método para determinação da estanqueidade à água

empregado pela Fundação de Ciência e Tecnologia (CIENTEC).

Os ensaios foram realizados utilizando-se três corpos-de-prova para cada sistema construtivo, com

dimensões de 1,20 m x 1,60 m (largura x altura). Primeiramente foram ensaiados sem revestimento

e, após, com revestimento, composto por uma argamassa com proporção de 1:1:6 (cimento, cal e

areia) nas espessuras de 1,5 cm na face exterior (submetida à água) e 1,0 cm na face interior.

Os métodos de verificação

in situ

da permeabilidade à água (IPT) e o método para determinação

da estanqueidade à água (CIENTEC), utilizados pelo autor, são bem similares aos ensaios

normatizados pela NBR 15.575 (ABNT, 2013b).

O método de verificação

in situ

da permeabilidade consistiu em submeter os corpos-de-prova à

presença de água com pressão constante por meio de uma câmara acoplada à parede. Nos blocos,

tanto cerâmico como de concreto, sem revestimento, não foi possível realizar leitura na bureta

graduada, pois houve grande infiltração de água nos corpos-de-prova. Os blocos cerâmicos com

revestimento sofreram infiltração de 2.925 cm³ e os blocos de concreto com revestimento sofreram

infiltração de 3.435 cm³, valores bem maiores se comparados ao sistema estudado.

O método para determinação da estanqueidade consistiu em submeter os corpos-de-prova à

película de água com pressão pneumática sobre a superfície, através de uma câmara entanque de

formato prismática nas dimensões de 90 cm x 110 cm. O ensaio foi dividido em duas etapas, na

primeira, a película de água é aplicada sem pressão, e na segunda, com pressão de 260 Pa. Em