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1. INTRODUÇÃO

Na década de noventa, a Secretaria Municipal de Educação de Porto Alegre desenvolveu um projeto

de escola infantil com preceitos construtivistas. Foram quatro ao todo, que apesar de diferentes

entre si, demonstravam unidade na linguagem arquitetônica, buscando e criando uma nova imagem

típica para as escolas infantis (KIEFER, 1993). As quatros escolas citadas, são: Escola Municipal

de Educação Infantil (EMEI) da Vila Santa Rosa, EMEI da Ponta Grossa, EMEI da Ilha da Pintada

e EMEI Valneri Antunes. Dentre os inúmeros conceitos que o edifício continha, o Arquiteto Flávio

Kiefer definiu que a proposta para os projetos seriam variações sobre distintos conjuntos de ideias,

levando em conta as peculiaridades de cada lote e seu contexto imediato e, ao mesmo tempo,

racionalizando os métodos e sistemas construtivos e os materiais utilizados (REVISTA PROJETO,

1994). Ressalta-se que a arquitetura adotada procurava um diálogo com as casas vizinhas, a escola

deveria remeter a arquitetura residencial, com o uso da tipologia e materiais de construção

semelhantes aos usados nas casas do entorno (OLIVEIRA, 1994). O emprego de determinados

materiais de construção foi especificado com o objetivo de durarem por um certo período. Assim

Oliveira (1994) destaca:

"As transformações e transposições de usos a que se submete um edifício em sua

vida útil demonstram, isso sim, a relativa independência da configuração

arquitetônica frente à ocorrência de variações funcionais imprevistas – ou mesmo

imprevisíveis – nos momentos de sua concepção e construção. ” (OLIVEIRA,1994,

p. 9-10).

Para permear este artigo e delimitar seu objeto de estudo, optou-se por realizar o estudo de caso

da Escola Municipal de Educação Infantil da Vila Santa Rosa.

É relevante destacar que a norma de desempenho é voltada para a habitação, mas os materiais

abordados no presente trabalho são de uso comum a ambas tipologias arquitetônicas. Portanto,

analisar a durabilidade destes materiais com vistas a sustentabilidade possibilitará entender se as

decisões acerca dos materiais usados nas alvenarias e sistema de cobertura satisfazem as

premissas da norma de desempenho.

O conceito de desempenho, de acordo com Neto (2013) é “ representado pelos atributos exigíveis

das necessidades humanas, estabelecidos pelos requisitos e critérios de desempenho previstos na

norma, onde foi considerado um patamar mínimo (M) a ser atingido por elementos e sistemas de

construção”.

Possan e Demoliner (2013) definem o desempenho como sendo o comportamento em uso, sendo

no caso de uma edificação, entendido como as condições mínimas de habitabilidade, necessárias

para que usuários utilizem o prédio durante um determinado período.

É importante salientar, conforme a própria NBR enfatiza que o “foco desta Norma está nas

exigências dos usuários para o edifício habitacional e seus sistemas, quanto ao seu comportamento

em uso e não na prescrição de como os sistemas são construídos. ” (ABNT NBR 15575, 2013).

De acordo com a NBR 15575 (ABNT, 2013), as exigências dos usuários devem ser satisfeitas

segundo os critérios de

Segurança:

expressas pelos fatores de segurança estrutural; contra o fogo

e no uso e operação.

Habitabilidade:

expressas pelos fatores de estanqueidade; desempenhos

térmicos, acústico, lumínico; saúde, higiene e qualidade do ar; funcionalidade e acessibilidade;

conforto tátil e antropodinâmico e

Sustentabilidade:

representadas pelos fatores de durabilidade;

manutenibilidade e impacto ambiental.