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produção anual brasileira de clínquer, equivalente a 35,8 Mt (WBCSD, 2014a), esta diferença
pode significar algo em torno de 1,07 milhões de toneladas de combustível.
A mesma comparação pode ser feita com as emissões de CO
2
atribuída a queima dos
combustíveis, dependendo da fonte de dado e, portanto, da matriz energética, a emissão bruta de
CO
2
pode variar de 298 a 355 kg CO
2
/ t clínquer. Já quando analisamos as emissões líquidas esta
diferença é mais expressiva, 260 a 349 kg CO
2
/ t clínquer. Isto significa que dependendo da fonte
de dados utilizada para desenvolver um estudo de avaliação de ciclo de vida, por exemplo,
apenas a emissão de CO
2
referente a queima dos combustíveis para geração de energia pode
variar 89 kg CO
2
/ t clínquer.
5. CONCLUSÃO
É possível concluir com este estudo que diferentes fontes de dados forneceram informações
distintas quanto ao: consumo energético térmico e elétrico na produção de cimento, matriz
energética da indústria cimenteira e isso influenciou na emissão de CO
2
atribuída a queima de
combustíveis. Observou-se uma variabilidade no consumo energético térmico de até 50 %,
dependendo da fonte de dados e do tipo de cimento analisado, isso é influenciado é claro, pela
matéria prima utilizada, matriz energética e tipo de cimento produzido.
Constatou-se também que não houve relação entre consumo de energia elétrica e teor de clínquer
no cimento, mas os valores apresentados pelas fontes de dados ainda assim foram distintos, fator
atribuído a diferença na eficiência energética de vários processos dentro da planta cimenteira e da
finura dos materiais utilizados para produzir o cimento.
A diferença entre os dados também influenciou na participação dos combustíveis que compõem a
matriz energética da indústria cimenteira. Observou-se que quando a fonte de dados tinha
abrangência nacional houve uma predominância do uso do coque de petróleo, biomassa, pneus e
resíduos agrícolas como principais combustíveis. Já quando se analisou as fontes de dados que
englobavam dados nacionais e estrangeiros houve uma predominância do carvão mineral e coque
de petróleo como combustíveis principais. Fato que ocorreu também para os processos da base
de dados
Ecoinvent v3.2
, com a diferença que para esses processos a participação de
combustíveis de coprocessamento era quase nula.
Esta discrepância nos dados quanto a matriz energética influenciou diretamente as emissões de
CO
2
relacionadas com a combustão dos combustíveis. Onde tivemos uma variabilidade de
emissão líquida de 260 a 349 kg CO
2
/ t clínquer entre as fontes de dados analisadas. Estes
resultados demonstram a importância de não generalizar resultados de ACV para descrever rotas
tecnológicas.
Além disso a utilização de base de dados estrangeiros além de igualar diversas empresas com
compromissos ambientais diferentes, não é eficaz em alertar o consumidor quanto ao potencial de
redução de impactos ambientais pela simples seleção de fornecedores. Portanto o uso de dados
inventariados diretamente na indústria (primários) de forma individual e simplificada é a maneira
mais eficaz para gerar indicadores que permitem promover a mitigação de impactos ambientais e,
desta forma, aumentar a sustentabilidade na indústria cimenteira.