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Há que se considerar ainda os fatores da administração pública que influenciam sobremaneira na
definição das melhores soluções para manuseio de RSD. É necessário destacar, no contexto do
Rio de Janeiro, sobre a COMLURB:
- a capacidade de recebimento e processamento dos resíduos coletados (capacidade dos CTs e
Usina de Compostagem, e abrangência da cobertura do serviço de Coleta Seletiva - visando não
misturar orgânicos e recicláveis previamente segregados na fonte geradora, nos bairros onde o
serviço está disponível);
- adesão dos funcionários aos procedimentos corretos, tanto no serviço de coleta, quanto no
trabalho em aterros, CTs e usinas.
É interessante notar que a Lei nº 6408/2013, do Governo do Estado do Rio de Janeiro, obriga as
edificações com mais de 3 pavimentos a disponibilizarem recipientes para a Coleta Multisseletiva
de recicláveis. Mas, conforme já exposto, o caminhão de coleta da COMLURB mistura novamente
todos os recicláveis na compactação. Assim, observa-se também a necessidade de maior coerência
entre as decisões das diversas esferas da administração pública em relação ao RSU.
Com o intuito de sistematizar e avaliar comparativamente as soluções disponíveis para manuseio
de resíduos em habitações multifamiliares, elaborou-se a Tabela 1.
A coluna
Praticidade
refere-se à quantidade de etapas, agentes e espaço que a solução demanda.
Por exemplo: a reciclagem em condomínios demanda, em média, de 2 a 4 etapas (segregação e
higienização na UH, armazenagem e prensagem no condomínio), pelo menos 2 pessoas (morador
e funcionário do condomínio), e espaço adequado ao volume de resíduos gerado nas UHs.
A coluna
Popularidade
está diretamente relacionada à Praticidade, pois quanto mais prática for a
solução, mais pessoas irão aderir, sendo limitadores para isso apenas o custo e a difusão da prática
(conhecimento por parte dos usuários). A nota atribuída à Popularidade (alta, média ou baixa) se
baseou na observação do contexto do Rio de Janeiro e em leituras sobre o tema, sobretudo da
Especificação Técnica da COMLURB, que define o que seria um padrão mínimo obrigatório de
solução para manuseio de RSD.
A coluna
Sustentabilidade
levou em consideração a possibilidade de segregação dos resíduos e
o consumo de água e energia elétrica no processo.
Por fim, a coluna
Aplicabilidade ao Contexto Urbano do Rio de Janeiro
observou aspectos
gerenciais do município, tais como: a capacidade quantitativa dos equipamentos que recebem os
resíduos da coleta (aterros e usinas); e os padrões de organização dos espaços definidos na
especificação técnica da COMLURB.