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O COHAB-Anil I foi o recorte que apresentou maior apropriação do espaço coletivo. Possui potencial
paisagístico oriundo de um esforço de seus moradores, mas preocupa como recarga de aquífero,
comprometendo em longo prazo a saúde dos solos, das águas e da vida. O Parque Atlântico é um
lócus privilegiado com relação às APP’s, o que também representa a necessidade de maior cuidado
em seu manejo, tendo em vista sua suscetibilidade à ocupação urbana, exemplificada pela situação
do rio Pimenta; no entanto, não foram encontrados usuários interagindo nos espaços coletivos, e
tampouco estes se mostraram acolhedores do ponto de vista do conforto físico e da sensação de
segurança da comunidade. Concluiu-se que a relação usuário – espaço coletivo é muito mais
evidente no COHAB-Anil, mas poderia ser ainda maior.
Sob a ótica do conforto físico, o ponto crucial é a carência de arborização contínua, tendo em vista
o clima local; some-se a isso a impermeabilização excessiva das superfícies (especialmente no
COHAB-Anil), o que preocupa quanto ao equilíbrio do ecossistema. Do ponto de vista da
comunidade, o descaso em relação às condições mínimas operáveis do modo de deslocamento a
pé – insegurança, desconforto ambiental etc. – é peça chave para que se entenda o
enfraquecimento do espaço coletivo como lócus social, verificado e relatado pelos moradores.
Portanto, medidas que favoreçam o conforto físico nesses espaços podem ter sua parcela
significativa de contribuição no fortalecimento dos laços sociais, além dos evidentes ganhos
ambientais. Nesse sentido, futuras ideias de intervenção com vistas à melhoria da qualidade
ambiental e à contribuição para o desenvolvimento de comunidades mais beneficiadas, ativas e
participativas da dinâmica urbana girariam em torno do incremento da arborização (manutenção da
natureza na cidade), da prioridade por mais espaços permeáveis e do incentivo à escala humana
nos espaços coletivos da urbe contemporânea.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Urban climatology and its relevance to urban design
. Geneva: WMO
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FRANCO, Maria de Assunção Ribeiro. Desenho Ambiental: uma introdução à arquitetura da
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Annablume: Fapesp, 2008.
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São
Luís
e
dá
outras
providências.
Disponível
em:
<http://www.gepfs.ufma.br/legurb/LEI%204669.pdf>. Acesso em: 27 set. 2015.
SPIRN, Anne Whiston, 1947 – O Jardim de Granito: A Natureza no Desenho da Cidade / Anne
SPIRN Spirn; tradução de Paulo Renato Mesquita Pellegrino. – São Paulo: Editora da Universidade
de São Paulo, 1995. (Ponta; 11).