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O COHAB-Anil I foi o recorte que apresentou maior apropriação do espaço coletivo. Possui potencial

paisagístico oriundo de um esforço de seus moradores, mas preocupa como recarga de aquífero,

comprometendo em longo prazo a saúde dos solos, das águas e da vida. O Parque Atlântico é um

lócus privilegiado com relação às APP’s, o que também representa a necessidade de maior cuidado

em seu manejo, tendo em vista sua suscetibilidade à ocupação urbana, exemplificada pela situação

do rio Pimenta; no entanto, não foram encontrados usuários interagindo nos espaços coletivos, e

tampouco estes se mostraram acolhedores do ponto de vista do conforto físico e da sensação de

segurança da comunidade. Concluiu-se que a relação usuário – espaço coletivo é muito mais

evidente no COHAB-Anil, mas poderia ser ainda maior.

Sob a ótica do conforto físico, o ponto crucial é a carência de arborização contínua, tendo em vista

o clima local; some-se a isso a impermeabilização excessiva das superfícies (especialmente no

COHAB-Anil), o que preocupa quanto ao equilíbrio do ecossistema. Do ponto de vista da

comunidade, o descaso em relação às condições mínimas operáveis do modo de deslocamento a

pé – insegurança, desconforto ambiental etc. – é peça chave para que se entenda o

enfraquecimento do espaço coletivo como lócus social, verificado e relatado pelos moradores.

Portanto, medidas que favoreçam o conforto físico nesses espaços podem ter sua parcela

significativa de contribuição no fortalecimento dos laços sociais, além dos evidentes ganhos

ambientais. Nesse sentido, futuras ideias de intervenção com vistas à melhoria da qualidade

ambiental e à contribuição para o desenvolvimento de comunidades mais beneficiadas, ativas e

participativas da dinâmica urbana girariam em torno do incremento da arborização (manutenção da

natureza na cidade), da prioridade por mais espaços permeáveis e do incentivo à escala humana

nos espaços coletivos da urbe contemporânea.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

AEROCONSULT (2002). Levantamento Aerofotogramétrico do município de São Luís.

Levantamento em arquivo AUTOCAD.

CHANDLER, T. J. (1976).

Urban climatology and its relevance to urban design

. Geneva: WMO

nº 438. Technical Note nº 149. 1976. Não paginado.

FRANCO, Maria de Assunção Ribeiro. Desenho Ambiental: uma introdução à arquitetura da

paisagem com o paradigma ecológico / Maria de Assunção Ribeiro Franco – 2ª Edição – São Paulo:

Annablume: Fapesp, 2008.

ROMERO, Marta Adriana Bustos. Princípios bioclimáticos para o desenho urbano. Brasília, DF:

Editora Universidade de Brasília, 2013. 128p.

SÃO LUÍS. Lei nº 4.669 de 11 de outubro de 2006. Dispõe sobre o plano diretor do município de

São

Luís

e

outras

providências.

Disponível

em:

<http://www.gepfs.ufma.br/legurb/LEI%204669.pdf

>. Acesso em: 27 set. 2015.

SPIRN, Anne Whiston, 1947 – O Jardim de Granito: A Natureza no Desenho da Cidade / Anne

SPIRN Spirn; tradução de Paulo Renato Mesquita Pellegrino. – São Paulo: Editora da Universidade

de São Paulo, 1995. (Ponta; 11).