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A topografia também está representada na base cartográfica, e seu conteúdo serviu à elaboração

dos mapas de declividade e drenagem; esta interface é importante para a visualização da condição

de usabilidade do solo e das possibilidades de gestão de águas pluviais (condição fundamental para

análise ambiental em locais de elevada pluviosidade com São Luís). O mapa de permeabilidade do

solo foi elaborado com base nas observações de campo, em relação à característica dos

revestimentos ou à ausência destes. Aqui, deve-se interpretar a área permeável em relação à área

total para se construir o panorama ambiental do território quanto àquele critério.

O parâmetro da arborização foi representado em um mapa de cobertura vegetal; foram mapeados

os tipos de vegetações com base nas APP’s e as árvores saudáveis presentes tanto em lotes quanto

em espaços coletivos urbanos. A maior quantidade de árvores, especialmente nos espaços

coletivos, é um importante indicativo de qualidade ambiental por todos os benefícios que trazem

consigo: equilíbrio ambiental (manutenção e fortalecimento dos ciclos biológicos), sombreamento e

enriquecimento da paisagem.

O mapa de fluxos reflete o que foi estudado para o parâmetro da mobilidade; representa a

intensidade dos principais modos de deslocamento verificados no interior dos recortes – automóvel,

bicicleta e modo a pé –, bem como os sentidos convencionados para as vias. A interpretação desse

mapa pode fornecer conclusões a respeito do uso e apropriação do espaço coletivo pelos pedestres,

por se aproximar da escala humana no urbano.

Os conceitos derivados do parâmetro da radiação solar foram observados nos pontos de fixação de

cada recorte. Atribuiu-se uma escala de percepção da luminosidade, na qual o predomínio de

sombreamento representa um cenário mais próximo do conforto visual, e o predomínio de radiação

recebida sem proteção e/ou refletida em excesso pelo meio se aproxima do desconforto visual. Está

diretamente relacionada à arborização e às características das superfícies locais.

Diante do enfoque bioclimático, a representação gráfica síntese do diagnóstico ambiental é um

produto das sobreposições das representações citadas anteriormente, acrescido da percepção de

ventilação adquirida ao longo da atividade de campo; a ventilação foi classificada de acordo com a

sensação subjetiva de intensidade e constância dos ventos locais. A percepção do microclima, para

cada recorte, é dada em uma escala de intensidade que vai do desconforto físico ao conforto físico;

possuem impacto direto nessa representação, além da ventilação, a cobertura vegetal e o

comportamento da radiação por entre a trama urbana. O panorama do ecossistema, por sua vez, é

dado para todo o recorte, embasando-se diretamente no macrozoneamento ambiental, nos

diagnósticos de permeabilidade do solo e cobertura vegetal.

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1 COBERTURA VEGETAL

O diagnóstico de cobertura vegetal apresentou diferenças significativas entre ambos os recortes

(ver figura 3). Quanto às características macro ambientais, alteradas em parte pela condição da

urbanização, pode-se afirmar que o Parque Atlântico (considerado de classe alta) possui vegetação

em áreas de proteção permanente pouco tocadas – caso das dunas e restingas de relevo mais

acidentado; em contrapartida, o ecossistema referente às margens do rio Pimenta sofre com as

mazelas comuns à maioria dos rios urbanos: despejo de dejetos e lixo no curso e adjacências.

O recorte do COHAB-Anil não abrange APP’s, e teve todo o seu solo loteado (loteamento popular),

incluindo-se logradouros públicos referidos como “praças” pelos moradores. Esses espaços, bem

como algumas avenidas, receberam os esforços de cuidado de alguns habitantes, os quais ali

plantaram árvores e cultivaram canteiros. Como resultado, tem-se um espaço coletivo bem