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3.1.1 Radiação solar, Temperatura do ar, Umidade do ar e Ventilação
Os parâmetros climáticos abordados neste trabalho foram extensamente estudados por autores
como Chandler (1976) e Romero (2013), os quais apresentam as física dos parâmetros climáticos
e suas inter-relações, determinantes para a qualidade ambiental nas cidades.
Sendo São Luís uma ilha e estando situada a 2° na latitude sul, possui clima tropical equatorial
quente úmido, o que aumenta o rigor climático em relação à sensação de calor, especialmente nos
espaços coletivos urbanos, de maior suscetibilidade aos eventos meteorológicos.
Dentre os quatro parâmetros climáticos estudados, a radiação solar é fator global do clima e,
portanto, determinante para a caracterização desse; a temperatura e a umidade do ar são
mensurações que refletem a quantidade de calor e de vapor d’água sentidos; e a ventilação será o
parâmetro climático que terá o potencial de reduzir o desconforto térmico do usuário.
3.1.2 Relevo e Permeabilidade das superfícies
Os parâmetros topográficos em questão são o relevo e a permeabilidade das superfícies; o primeiro
está diretamente relacionado à formação geológica e às características físicas dos solos, enquanto
que o segundo é um atributo dos revestimentos que cobrem esses solos. Neste estudo, Romero
(2013), Mascaró (2005), Spirn (1995) e Farr (2013) são autores que se destacam devido à ênfase
nas propriedades dos solos urbanos que refletem nas condições de estabilidade, permeabilidade e
interferência sobre o clima e os microclimas.
As principais interfaces abordadas para esses parâmetros são: (1) a geomorfologia e suas
implicações ao clima nas diversas escalas de percepção; e (2) as características dos revestimentos
encontrados na trama urbana, suas propriedades térmicas e refletivas, suas relações com os ciclos
hidrológico e biológico (permissividade à infiltração e à vida). A observância de cada ponto citado
enriquecerá a construção do diagnóstico ambiental.
3.1.3 Arborização
A arborização como parâmetro paisagístico da qualidade ambiental urbana é de extrema
importância; seus benefícios para o equilíbrio do ecossistema, para a saúde dos espaços públicos
e para a amenização dos microclimas são evidentes. Foi amplamente abordada por Spirn (1995)
sob o conceito de ciclo biológico (vida) nas cidades, e introduzida no meio urbano ao longo do
trabalho de Frederick Law Olmsted (1822-1903) em parques e alamedas, segundo Franco (2008).
A arborização apresenta relação direta com a maioria dos parâmetros de conforto físico deste
estudo, o que a torna peça chave no diagnóstico ambiental: interage com os solos e com as águas
no processo intrínseco da manutenção da vida, e é capaz de apaziguar os efeitos dos parâmetros
climáticos pela sua morfologia e metabolismo.
3.1.4 Mobilidade
No âmbito deste trabalho, o parâmetro da mobilidade não possui relação direta e aparente com a
condição de conforto físico. Logo, buscou-se explorar a interface do impacto ambiental causado
pela dinâmica atual dos transportes e locomoções no meio urbano, com ênfase nas modalidades
mais corriqueiras de deslocamento: automóveis (particulares e coletivos), bicicletas e modo a pé.
3.2 EXPLORAÇÃO DOS RECORTES TERRITORIAIS
3.2.1 Caracterização territorial ambiental
A seleção dos recortes para estudo e diagnóstico ambiental se deu, primordialmente, em função da
presença de alguns atributos ambientais significativos a este trabalho. Também se buscou o