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Os experimentos de simulação foram fundamentados na caracterização dos espaços externos e
edificações das tipologias espaciais selecionadas. O ENVI-met 4.0, versão do software utilizada
nessa pesquisa, possibilitou as simulações na seguinte versão de grid: 250x250x30, esses
correspondem a largura (x), comprimento (y) altura (z) do modelo em número de grids. São definidos
em cada grid, o tipo de revestimento de solo, o tipo de vegetação (quando existente), a altura da
edificação (quando existente).
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Para análise dos resultados deste estudo foi preciso destacar alguns com relação a verticalização
do objeto de estudo, Arapiraca-AL. Como afirmou Duarte (2003), nos últimos anos, muitas cidades
são vistas como símbolos da crise ambiental. A firmação se justifica nos inúmeros problemas
ambientais encontrados no ambiente citadino, como: excesso de ruído, emissão de poluentes no ar
e na água, escassez de recursos energéticos e de água, falta de tratamento adequado dos resíduos,
alterações nos regimes de chuva e de ventos, formação de ilhas de calor, inversão térmica, aumento
do consumo de energia para condicionamento artificial e transporte, etc. E Arapiraca não está
distante deste cenário, hoje, já é possível observar em alguns bairros, como o Centro, os efeitos
das ilhas de calor e tantos outros citados acima.
Visando o processo de Verticalização do município é preciso observar alguns pontos, em particular,
como: áreas de canyon (definido pelo paralelismo dos edifícios), que tem influência na ventilação
urbana, conforme suas paredes representam barreiras que impedem a livre circulação do ar,
funcionando como um canalizador destas correntes e, ao mesmo tempo, concentrando a poluição
nas áreas centrais; o fator H/W, uma relação da altura H sobre a largura W do canyon, que para
Romero (2011), a geometria urbana (W/H - relação entre largura das vias e a altura dos edifícios) é
fundamental no controle da ilha de calor, por ter influência no processo de absorção da radiação
solar e da radiação de ondas longas emitida pelas superfícies dos edifícios e do solo, na redução
das perdas de calor, devido aos ventos e na produção antropogênica de calor; e o fator de visão do
céu (FVC), através dele pode-se saber quanto de calor poderá ser dissipado nos períodos noturnos,
por meio de trocas de radiação com o ambiente construído.
A partir disso foi analisado o processo de verticalização em Arapiraca, tendo em vista os parâmetros
construtivos, atualmente, vigentes e com intuito de oferecer novos, a fim de proporcionar um
microclima mais confortável, consciente de que as principais diretrizes para a adequação climática
de assentamentos construtivos urbanos, temos: ventilação, inércia térmica e resfriamento
evaporativo. Assim, os habitantes do município poderão usufruir de uma qualidade de vida melhor.
Sobre o as áreas de canyon é preciso ter cuidado, pois o edifício torna-se uma barreira a ser vencida
pela corrente de ar, e o espaço percorrido para que sua forma de deslocamento deixe de ser
lamelar, para ser turbilhonar é duas vezes o tamanho da edificação em questão. E, tendo em vista
os recuos solicitados pelo Código de Obras na Cidade que é de 1,0m, para recuos laterais quando
com abertura, 3,0m, para recuo frontal e 1,5m, para recuo posterior; fica claro que essas distancias
são insuficientes tanto para edificações térreas quanto para edificações verticalizadas. Ou seja, os
parâmetros previstos pela atual gestão da administração pública necessita urgentemente revisar os
valores que estabelecem para a construção civil.
Para tratar do fator H/W é preciso saber que nas proporções W="H," W="2H" e W="3H, a absorção
de calor se dá próxima ao nível do solo, existindo uma menor possibilidade de inversão térmica, ou
seja, a temperatura no interior dos edifícios tende a ser igual à da parte exterior, assim, essas são
as melhores proporções a serem tomadas. No perímetro que configura a Av. Dep. Ceci Cunha as
vias são mais largas, entre 15m (a Av. principal) e 9m (ruas adjacentes). Isso proporciona que a