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2.2 Definição de escopo e objetivo

O objetivo deste estudo é estimar o ciclo de vida energético de uma edificação residencial

unifamiliar térrea do PMCMV, considerando manutenções e operação pelo período de 50 anos.

A unidade funcional (UF) é um importante conceito presente nas normas de ACV, pois serve como

unidade de medida para a avaliação dos resultados, e também para possibilitar de comparações

transparentes com outros estudos. Neste trabalho será utilizada a UF de uma residência

unifamiliar do PMCMV com 4 habitantes pelo período de 50 anos, compreendendo dessa forma

uma edificação do berço ao túmulo.

2.3 Inventário de Energia Incorporada

O inventário de energia foi construído com base em dados secundários. Levantamentos

realizados por Tavares (2006) e Gonzalez et al. (2014) foram utilizados para e . Para dados

de transporte foi considerado o uso de energia primária para caminhões do tipo Euro3 de 3 à 7,5

toneladas, conforme sugerido por Castro et al. (2015), as informações foram retiradas da base da

dados internacional Ecoinvent 3.2 (WEIDEMA et al., 2013) e apresentam valores de 8,48 MJ/km.t.

Para o consumo direto de energia em obra,

foi considerado apenas o transporte até a obra, já

que normalmente para o tipo de construção em questão outros consumos diretos de energia são

considerados insignificantes (PAULSEN; SPOSTO, 2013). As distâncias foram estimadas com

base na localização do projeto e do ponto de indústrias e revendas. Outras informações sobre o

inventário de dados estão dispostas na Tabela 13.

Tabela 13

. Energia incorporada inicial em materiais de construção

Material

(MJ/kg)

Fonte

Material

(MJ/kg)

Fonte

Concreto

1,2

1

Gesso acartonado

4.5

1

Malha de aço

33

2

Perfis de aço

30

1

Gesso

4

1

Alumínio anodizado

210

1

Tinta

65

1

Vidro

18,5

1

Piso cerâmico

13

1

Madeira

3,5

1

Argamassa

2,1

1

Fonte: elaborado com dados de (1) Tavares (2006); (2) Gonzalez et al. (2004).

De maneira a estimar possibilidades de manutenção e durabilidade dos materiais de construção

ao longo do ciclo de vida da edificação, foram desenvolvidos três cenários de substituições. Dois

cenários usam como balizamento o Anexo C da norma de desempenho em edificações

habitacionais (ABNT, 2013) para Vida Útil de Projeto (VUP). Na norma são apresentadas idades

mínimas de VUP para materiais e sistemas construtivos de desempenho mínimo (C1) e superior

(C2). Outro cenário (C3) foi construído com dados de bibliográficos provenientes de Tavares

(2006), com base em estimativas de fornecedores, na ausência de informações foram utilizados

os valores de desempenho mínimo do cenário anterior. Dessa forma, os panoramas de

abrangem valores de cumprimento normativo obrigatório, normativo de nível elevados e

comparativo de literatura. Os cenários de substituição de materiais de construção foram

apresentados na Tabela 12.

A energia de demolição e disposição é frequentemente não relevante em diversos estudos: 3,5%

no trabalho de Paulsen e Sposto (2013); 3,3% para Silva (2012); e em variação de 1% à 5% em

diversos fatores de impacto ambiental para Ortiz-Rodríguez, Castells, Sonnemann (2010). Foi

considerado um fator fixo de 3,5% de energia primária do somatório de e .