380
Figura 15
. Resultado uso de energia de EI e EO para os diferentes cenários testados
Os cenários C1, C2 e C3 consideram diferentes níveis de durabilidade de materiais de construção. Os
cenários A1, A2 e A3 consideram diferentes usos de energia com condicionamento de ar.
A diferença nos resultados apresentados de
demonstra a necessidade de maiores estudos
sobre o desempenho e durabilidade de materiais de construção. Somente com informações
consistentes sobre a real necessidade de manutenção de edifícios será possível estimar com
clareza a ACVE em residências. Dessa forma é evidente a necessidade de uso e produção de
Declarações Ambientais de Produto, regulamentadas pelas ISO 14025, e outros programas de
certificação ambiental.
Já o resultado de energia operacional com eletricidade pode ser maior ou menor do que aquele
para EI, dependendo do cenário de utilização. Como o estudo de caso possui paredes de
concreto, o nível de transmitância térmica da envoltória é alto (4,77 W/m
2
K), fazendo com que
altas cargas de aquecimento sejam necessárias para atingir a temperatura de conforto, quase
duplicando o uso energético para o cenário A1. O cenário com menor consumo, A3 que utiliza
apenas energia de iluminação e equipamento têm valores aproximados ao cenário de menor
consumo de EI. O comportamento da relação de EI com EO, se excluído o uso energético de
cocção, também pode apresentar alta variabilidade e o resultado de ambos é interdependente, na
medida que o aumento de EI pode diminuir a EO, assim como demonstrado por Hammond e
Jones (2008).
A comparação dos resultados de uso total de energia, durante toda a vida útil das residências,
para a composição cenários com maior (C1A1) e menor consumo (C3A3) e outros autores
brasileiros é apresentada na Figura 16. De uma maneira geral o uso de energia com cocção tem
resultados importantes para todos os autores, sendo, 40% para Tavares (2006) e 57% para Silva
(2012). Entretanto, Paulsen e Sposto (2013) têm resultados menores que os demais pois baseiam
esse uso energético em dados secundários internacionais. Tomando como base o Balanço
Energético Nacional (BEN) (EPE, 2016) o uso para energia de cocção
per capta
tem valores
aproximados de 2,8 GJ/ano, resultados inclusive maiores que os demais autores. Mesmo assim,
nos últimos 10 anos percebeu-se a redução de aproximadamente 15% do uso de energia com
cocção no setor residencial, cujo uso inclui principalmente, gás liquefeito de petróleo e lenha,
sendo a queda atribuída ao crescente desuso da última, menos 23% no mesmo período (EPE,
2016).
O uso de EO com eletricidade pode ser bem variável. Os três autores analisados utilizaram
médias de consumo final de energia elétrica, porém com diferenças regionais e temporais. Tanto
Tavares (2006) como Paulsen e Sposto (2013) consideraram regressão linear de dados da
Pesquisa de Posses e Hábitos de Uso de Aparelhos Elétricos do PROCEL para famílias de baixa
renda, com levantamentos de 1997/98 e 2004/06, respectivamente. Já Silva (2012) utilizou dados
de consumo médio para famílias de baixa renda na cidade de Porto Alegre. O resultado para a